Estadão Conteúdo
O empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, afirmou nesta terça-feira, 27, que sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PRB funciona como um contraponto até mesmo à possível candidatura do presidente Michel Temer, que já declarou que quer tentar reeleição para o cargo. Apesar do discurso, o presidente do partido, Marcos Pereira, afirmou que a legenda, que comanda o Ministério da Indústria e Comércio Exterior, continua integrando a base do governo.
Em entrevista coletiva após se filiar ao PRB, Rocha afirmou que sua candidatura busca preencher a "lacuna" que existe na política brasileira, ao tentar superar o que chamou de "ciclo" do agigantamento do Estado e da inversão de valores. "Queremos representar um contraponto a tudo isso. Quero resgatar o protagonismo individual e representar um contraponto a esse período de inversão de valores, que levou a degradação das práticas políticas", disse.
Rocha se definiu como um candidato liberal na economia, reformista, privatista e conservador nos costumes, mas fez questão de se diferenciar do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que também se lançou como presidenciável com discurso de direita. "Vejo pouquíssimas identidades, principalmente na economia", declarou o empresário, que é ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), que organizou manifestações a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016.
O empresário afirmou que sua candidatura é para valer. "A decisão de hoje significa que entendemos que não existe necessidade de candidatura apenas para marcar posição", disse, ressaltando que não é um neófito a política – ele já foi deputado federal por dois mandatos. "É para ser vice? Não. É para ser candidato a presidente da República Federativa do Brasil", reforçou Marcos Pereira, que disse que a bancada do partido no Congresso endossou por unanimidade a pré-candidatura de Rocha.
O presidente do PRB afirmou que o partido continua integrando a base aliada do governo e que só decidirá sobre possível entrega dos cargos que ocupa em reunião com Temer na próxima semana. "Integramos e ainda integramos o governo Temer. Sair ou não do governo é uma decisão que vamos tomar com a bancada e com Temer na próxima semana", afirmou Pereira, que foi ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços de Temer, pasta que a sigla ainda comanda.