Presença de escorpiões cresce na Grande Curitiba, alerta Vigilância Sanitária

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Foto: Divulgação

A Vigilância em Saúde Ambiental de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, emitiu um alerta para o aparecimento de focos de escorpiões no município. A presença desses animais está diretamente relacionada às características do solo, da hidrografia e ao histórico econômico local, o que favorece sua manutenção no ambiente, conforme explica a bóloga Virginia Prado Schiavon.

O monitoramento realizado ao longo dos anos permitiu a elaboração de um mapa que aponta regiões específicas onde a presença dos escorpiões é endêmica. Os principais focos estão localizados na região central do município, abrangendo bairros como Vila Bancária, Bom Jesus, Ouro Verde (próximo ao hipermercado Condor), Rivabem e Itaqui. De acordo com a Vigilância, esses locais são habitats naturais dos escorpiões, impossibilitando sua erradicação definitiva.

Espécies identificadas e riscos à população

O monitoramento também inclui a identificação das espécies circulantes, uma ação essencial para avaliar os riscos aos quais a população está exposta. Atualmente, os escorpiões encontrados em Campo Largo não são considerados de risco elevado. O município registra a presença do escorpião marrom (Tityus costatus) e algumas espécies do escorpião preto (gênero Bothriurus), cujas picadas costumam causar apenas dor intensa e irritação local.

Entretanto, a Vigilância alerta para o risco da introdução de novas espécies, como o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), cuja peçonha é altamente tóxica e pode levar a casos graves, inclusive com óbito. No Paraná, essa espécie já foi registrada em outras regiões, tornando essencial o monitoramento contínuo.

Baixa incidência de acidentes, mas prevenção continua necessária

Dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) revelam que os acidentes com escorpião são pouco frequentes em Campo Largo, representando menos de 10% dos casos com animais peçonhentos entre 2019 e 2024. Apenas em 2024, foram registrados 145 casos de acidentes, sendo 94 com aranhas (64,83%), 22 com serpentes (15,17%), 9 com escorpiões (6,21%) e 20 envolvendo outros animais, como lagartas e abelhas.

Apesar da baixa incidência, a Vigilância reforça a importância de medidas preventivas, especialmente nos meses mais quentes, quando os escorpiões tendem a se tornar mais ativos. Entre as ações recomendadas, estão a inspeção de calçados e roupas antes do uso, a remoção de entulhos e materiais inservíveis, o fechamento de frestas e vãos em paredes e muros, e a utilização de telas em ralos e pias.

Cuidados em caso de picada

Se ocorrer um acidente com escorpião, a orientação é lavar a área afetada com água e sabão, manter a vítima calma e buscar atendimento médico imediato. Se possível, levar o animal responsável pelo acidente em um recipiente fechado ou uma foto bem focada para auxiliar na identificação da espécie.

A Vigilância em Saúde Ambiental também alerta sobre o uso de produtos químicos para eliminar escorpiões, destacando que esses métodos podem ser ineficazes e, em alguns casos, aumentar o risco de acidentes ao deslocar os animais para outros locais. Caso seja necessário um controle químico, a recomendação é contratar empresas especializadas.

Contatos e orientações

Para dúvidas ou notificações sobre escorpiões, a Vigilância em Saúde Ambiental de Campo Largo está à disposição pelo telefone (41) 3291-5246 ou pessoalmente no Bloco 8 da sede administrativa da Prefeitura (Avenida Padre Natal Pigatto, 925, Vila Elizabeth).

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