A Secretaria de Estado da Saúde está intensificando a vacinação contra a febre amarela nos municípios que fazem divisa com o estado de São Paulo, na região do Vale do Ribeira, e nas cidades do Litoral do Paraná. São 19 municípios que estão em regiões de mata e rios e têm considerável parcela da população vivendo em áreas rurais. A vacinação é indicada para pessoas entre 9 meses e 59 anos.
Fonte: Agência Estadual de Notícias
“Estamos em contato permanente com as secretarias de Saúde dessas cidades e solicitamos que as equipes municipais realizem a busca ativa daqueles que nunca foram imunizados contra a febre amarela. Essa é uma doença séria e a melhor prevenção é a vacina”, destacou o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
A estratégia de intensificação da vacina é dirigida aos municípios que fazem divisa com São Paulo, onde há casos confirmados da presença do vírus amarílico em humanos e macacos (epizootias). Na 2ª Regional de Saúde (Metropolitana de Curitiba) são as cidades de Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçu, Quatro Barras, Rio Branco do Sul e Tunas do Paraná. No Litoral, o foco é Guaraqueçaba, Morretes, Antonina, Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná.
No Paraná não há até o momento circulação do vírus da febre amarela. “Ressaltamos que não há campanha de massa, mas que as pessoas que fazem parte do público-alvo nessas regiões, e que nunca foram vacinadas contra a febre amarela, procurem uma unidade de saúde para se vacinar”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini.
CALENDÁRIO – A vacina contra a febre amarela já fazia parte do calendário vacinal das crianças em grande parte do território do Paraná, com exceção de 36 cidades da Região Metropolitana de Curitiba e Litoral. Nesta terça-feira (20), o Ministério da Saúde incluiu essas cidades como área de recomendação da vacina e indica que cerca de 2,5 milhões de pessoas sejam imunizadas a partir de julho.
A Secretaria de Estado da Saúde aguarda o envio de novos lotes da vacina da febre amarela pelo Ministério da Saúde para ampliar a vacinação nas novas regiões de recomendação. A responsabilidade pela aquisição da vacina é do Governo Federal e o Estado tem a função de distribuição e apoio aos municípios.
“As equipes municipais devem estabelecer as estratégias para imunizar sua população, sempre contando com o apoio técnico e de logística das equipes estaduais”, explicou o diretor de Centro Estadual de Epidemiologia, João Luís Crivellaro.
CAMPANHA – Para apoiar os municípios que precisam intensificar a vacinação, a Secretaria da Saúde também vai enviar materiais educativos e orientar a população através de campanha nas redes sociais e rádios locais.
Na sexta-feira (23), haverá reunião na Secretaria da Saúde do Paraná com os secretários da área dos 19 municípios que precisam intensificar a vacinação. Ocorrerá também o encontro da Comissão Estadual de Infectologia para debater e pactuar estratégias de prevenção e assistência da febre amarela no Paraná.
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por vírus que se manifesta com febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômitos, dor no corpo, pele e olhos amarelados (icterícia). Também é possível haver hemorragia (gengiva, nariz, estômago, intestino e urina) podendo levar à morte nas formas mais graves.
A doença é transmitida pela picada de mosquitos infectados. Não existe transmissão de pessoa a pessoa. Atualmente no Brasil só há registro da febre amarela silvestre, transmitida pelo mosquito haemagogus.
Viajantes, turistas, trabalhadores e outras pessoas que circulam ou vivem em áreas de risco, como matas ou rios, devem se vacinar pelo menos 10 dias antes da data da viagem. Este é o tempo necessário para garantir a imunização contra a doença.
Para gestantes, mulheres que amamentam crianças menores de seis meses, crianças até 9 meses de idade, adultos maiores de 60 anos, pessoas com alergia grave a ovo ou imunodeprimidos a recomendação é que só sejam vacinados com indicação médica.
Só é necessária uma dose da vacina para estar protegido por toda vida.
Foto: Venilton Küchler/SESA