O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), encaminhou nesta quinta-feira (31) um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando uma resposta urgente e definitiva do governo federal em relação às recentes invasões de terras realizadas por grupos indígenas na região Oeste do estado. O documento busca pressionar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) a tomarem medidas imediatas para apaziguar o conflito que se intensificou nos últimos meses.
Desde janeiro, a tensão entre comunidades indígenas e agricultores tem crescido, especialmente nas áreas de Guaíra e Terra Roxa, levando a episódios de violência e aumentando o clima de insegurança na população local. Em resposta à situação, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) reforçou a presença de forças policiais na região. O Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e o Batalhão de Polícia Militar da Fronteira (BPFron) foram mobilizados, juntamente com suporte aéreo para o patrulhamento. “Esses policiais militares estão dando apoio ao trabalho realizado pela Polícia Federal e pela Força Nacional”, destacou Ratinho Júnior.
No entanto, a responsabilidade por resolver o impasse, por envolver diretamente grupos indígenas, recai sobre o governo federal e o Poder Judiciário, limitando a atuação do governo estadual. Para buscar soluções concretas, o governador se reuniu na última quarta-feira (30) com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante o encontro, Ratinho Júnior apresentou propostas para conter a escalada do problema, incluindo a participação direta das forças estaduais em operações de segurança nacional, caso autorizado.
Entre as sugestões, Ratinho Júnior também propôs o reassentamento dos grupos indígenas em uma área de aproximadamente 40 mil hectares na Ilha Grande. Esta iniciativa, segundo ele, teria o potencial de atender às necessidades dos povos indígenas e garantir a segurança dos agricultores, assegurando, ao mesmo tempo, o direito à propriedade privada.
O governador enfatizou a necessidade de uma ação mais assertiva do governo federal para proteger a população do estado. “Essa situação da demarcação já está judicializada e em análise no Supremo Tribunal Federal. Mas não podemos perder tempo ou fechar os olhos, sob risco de assistir a uma tragédia. É momento de olhar com atenção para o pacto civilizatório e garantir uma resolução importa”, declarou Ratinho Júnior, sublinhando a urgência de medidas que possam evitar desdobramentos mais graves.