Na manhã desta quinta-feira, 31, durante uma audiência pública, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná confirmou a interdição cautelar de parte do Hospital Metropolitano de Sarandi, localizado no norte do estado. A medida foi necessária devido à identificação de riscos significativos de infecção hospitalar que podem afetar a saúde dos pacientes.
A chefe da 15ª Regional de Saúde de Maringá, Elisabete Kobayashi, detalhou que os atendimentos na unidade estão suspensos, embora o ambulatório permaneça em operação, uma vez que funciona de forma isolada das demais áreas do hospital. No entanto, a continuidade das consultas especializadas no ambulatório ainda será avaliada, a fim de garantir a segurança dos pacientes.
A decisão pela interdição foi motivada por uma fiscalização realizada pela Vigilância Sanitária, que identificou condições inadequadas que aumentavam o risco de infecções. A chefe da regional enfatizou a gravidade da situação, que levou à urgência na suspensão dos atendimentos.
Durante a audiência, também foi anunciada a nomeação de um interventor para a unidade. O escolhido é o diretor-geral corporativo da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, que foi selecionado por sua ampla experiência e competência técnica reconhecida. Essa intervenção se deu após a juíza Ketbi Astir José, da Vara de Fazenda Pública de Sarandi, determinar a medida em resposta a indícios de má gestão de recursos públicos. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) havia solicitado essa intervenção em uma ação civil pública.
Na decisão liminar, a juíza ordenou que o novo interventor apresente uma proposta de administração do hospital à Justiça em até 30 dias. Além disso, todos os atuais gestores e administradores da instituição foram afastados e estão proibidos de tomar decisões relacionadas à administração, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, podendo chegar a R$ 1 milhão em caso de descumprimento.
Em resposta à situação crítica, em setembro deste ano, a Sesa e a 15ª Regional de Saúde iniciaram um plano de contingência para transferir pacientes mais graves para outros hospitais da região. Nos últimos dias, ficou evidente que a falta de materiais hospitalares também comprometia o atendimento clínico, levando a Sesa a determinar a transferência de pacientes internados para garantir a segurança e a continuidade do atendimento.
Até a manhã desta quinta-feira, 42 pacientes já haviam sido transferidos para outras instituições de saúde da região. A interdição do Hospital Metropolitano de Sarandi destaca a necessidade urgente de intervenções e melhorias na gestão de saúde pública, visando à proteção e ao bem-estar dos pacientes atendidos.