O caso de Wesley da Silva Ferreira, técnico de enfermagem de 25 anos preso por abusos sexuais a pacientes, ganhou contornos ainda mais alarmantes com o depoimento de seu namorado, um jovem de 24 anos. As revelações feitas pelo rapaz, que mantinha um relacionamento com Wesley há oito meses, expõem não apenas os crimes, mas também a dinâmica de manipulação e desconfiança que cercou sua vida.
O namorado contou à polícia que começou a suspeitar de Wesley nos dias que antecederam a descoberta, o que o levou a acessar o celular do parceiro. Em seu depoimento, ele descreveu o momento em que, em um impulso, decidiu trancar Wesley em casa enquanto verificava o conteúdo do telefone. “Ele estava fazendo café e eu estava na sala. Fui quietinho beirando a porta, saí do apartamento e tranquei ele no apartamento. Saí correndo com o celular dele”, relatou. Ao se esconder em um posto de gasolina, ele iniciou a visualização dos vídeos.
O que encontrou foi devastador. O jovem descreveu ter assistido a conteúdos que mostravam Wesley em situações comprometedoras, incluindo abusos a pacientes que estavam sedados. “Eu vi ele passando a mão nos pacientes, chupando os pacientes. Isso eu vi nos vídeos por cima enquanto eu estava em casa. Vi fotos de pelo menos quatro pacientes”, disse ele, em um relato que expõe a gravidade das ações do técnico de enfermagem.
Através de seu depoimento, o namorado também destacou a manipulação emocional que sofria. Wesley frequentemente negava suas traições, alegando que tudo não passava de “coisa da minha cabeça”. O jovem recordou o momento em que confrontou o técnico de enfermagem: “Eu fui contestar ele para saber se era verdade, e ele dizia que era mentira”. A descoberta dos vídeos não só confirmou suas suspeitas, mas também gerou uma onda de revolta e confusão sobre o relacionamento que mantinham.
Outro aspecto perturbador que veio à tona foi a saúde de Wesley. O namorado relatou que Wesley frequentemente apresentava problemas de saúde, o que levantou preocupações sobre seu estado. “Eu perguntei há quanto tempo ele não fazia os exames. Ele disse: ‘Ah, há um ano e meio’”, contou. As informações obtidas durante consultas médicas levantaram mais interrogações sobre a saúde de Wesley e possíveis implicações para sua própria segurança. Ao ser atendido pela mesma médica de Wesley, o jovem recebeu uma sugestão que o deixou inquieto, aumentando ainda mais suas suspeitas.
Wesley, que afirmou saber de sua condição de HIV desde 2019, foi acusado de ter relações sexuais com outros homens, algumas vezes trazendo esses parceiros para o relacionamento aberto que mantinham, sem informar ao namorado sobre os riscos associados. “Ele disse que sabia quem tinha HIV e quem não tinha em Curitiba, porque acessava o sistema […]. Por que ele não me contou?”, questionou o namorado, expressando sua angústia e desconfiança.