Na manhã desta sexta-feira, 25 de outubro, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foi palco do velório de José Adilson Rodrigues, conhecido como Maguila, um dos maiores nomes do boxe brasileiro, que faleceu aos 66 anos em Itu, interior de São Paulo. O ex-pugilista, cuja trajetória esportiva foi marcada por conquistas e desafios, lutava há 18 anos contra os efeitos de uma demência pugilista, consequência dos impactos sofridos ao longo de sua carreira no ringue.
Durante a coletiva de imprensa realizada no velório, a viúva de Maguila, Irani Pinheiro, compartilhou detalhes sobre uma decisão significativa da família: a doação do cérebro do ex-atleta para estudos científicos. Irani destacou que essa escolha foi feita enquanto ele ainda estava vivo, com a intenção de contribuir para a compreensão de doenças relacionadas a traumas cranianos. “Faz 18 anos que o Maguila está doente e, por conta disso, a gente resolveu até em vida mesmo a doação do cérebro dele para estudo”, afirmou Irani, ressaltando a relevância da iniciativa.
O neurologista Dr. Renato Anghinah, que acompanhou Maguila durante sua enfermidade, elogiou a decisão da família, classificando-a como um “ato de grandeza”. O cérebro do ex-boxeador será encaminhado ao Banco de Cérebros da Universidade de São Paulo, um centro de pesquisas que já recebeu doações de outros atletas, como o ex-pugilista Éder Jofre e o futebolista Hilderaldo Luís Bellini.
A despedida de Maguila contou com a presença de familiares e amigos próximos. O sepultamento está agendado para as 17h no Cemitério Lágrimas, em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, onde a família e os admiradores do lutador poderão prestar suas últimas homenagens.
Maguila, que se destacou no boxe nacional e internacional, deixa um legado importante não apenas como atleta, mas também como um exemplo de resiliência diante da adversidade. Sua decisão de doar o cérebro pode servir como um impulso para o avanço nas pesquisas sobre encefalopatia traumática crônica (ETC) e outras condições relacionadas, buscando aumentar a conscientização sobre os riscos enfrentados por atletas em esportes de contato.