Na última segunda-feira, 7 de outubro, o Conselho Superior da Polícia Civil do Paraná decidiu, por consenso, demitir o delegado Erik Busetti, condenado a 38 anos de prisão por matar sua esposa e enteada em Curitiba. A decisão representa um desdobramento significativo de um caso que chocou a sociedade e levantou questões sobre a conduta de profissionais da segurança pública.
O crime ocorreu em março de 2020, quando Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, que era escrivã da Polícia Civil, e sua filha, Ana Carolina de Souza, de 16 anos, foram assassinadas a tiros na residência da família. A tragédia se deu em um contexto de separação entre o casal. No momento do ataque, a filha mais nova do delegado, de apenas 9 anos, estava em um quarto próximo e ouviu os disparos, um detalhe que evidencia a gravidade e a brutalidade do ato.
O relator do caso, ao apresentar sua argumentação durante a reunião do Conselho, enfatizou que a demissão de Busetti era “pelo bem do serviço público”, destacando a necessidade de preservar a integridade da instituição. Os sete conselheiros presentes aceitaram essa recomendação, que agora será encaminhada ao governador Ratinho Junior (PSD) para que a demissão seja efetivada.
A defesa do delegado, por sua vez, emitiu uma nota informando que irá analisar detalhadamente a decisão do conselho e que tomará as medidas legais necessárias para contestar a demissão e tentar reverter a situação do cliente.
Durante o julgamento em 2024, Erik Busetti foi condenado por duplo homicídio, com os jurados reconhecendo três qualificadoras: feminicídio, motivo torpe e o uso de um recurso que dificultou a defesa das vítimas. As câmeras de segurança instaladas na residência da família capturaram os momentos do crime, que chocaram a comunidade e deixaram marcas profundas na vida dos familiares afetados.