O mês de setembro de 2024 ficará marcado como o mais quente já registrado em diversas cidades paranaenses desde a década de 1990. De acordo com o Simepar, oito municípios, incluindo Curitiba, tiveram temperaturas médias até 3°C acima do esperado para o período. A estiagem e o calor extremo foram características predominantes, levando a impactos significativos em todo o estado.
Curitiba, por exemplo, apresentou uma temperatura média de 19,6°C, bem acima dos 16,5°C que normalmente são observados nesse período. Segundo o meteorologista Samuel Braun, do Simepar, essa diferença de 3°C é altamente significativa e pode ser atribuída à falta de chuvas. “A estiagem que atingiu a capital e outras regiões do Paraná é um dos fatores que influenciaram diretamente nesse aumento de temperatura”, explicou Braun. Em Curitiba, o volume de chuvas foi entre 20 e 30 milímetros abaixo da média, o que contribuiu para um ambiente mais seco e quente.
Além da capital, cidades como Ponta Grossa, Guarapuava, Londrina, Lapa, Pinhais, Fernandes Pinheiro e Santo Antônio da Platina também enfrentaram temperaturas anormalmente elevadas. Ponta Grossa, por exemplo, registrou uma média de 20,3°C, quando o histórico para setembro é de 17,3°C. Guarapuava, uma das cidades conhecidas por ter um clima mais ameno, teve uma média de 20,2°C, enquanto o esperado era 16,9°C. Londrina, no norte do estado, registrou 24,5°C, superando em mais de 3°C sua média histórica de 21,4°C.
Esse aumento de temperatura não se restringiu apenas às áreas urbanas. Regiões como Fernandes Pinheiro e Santo Antônio da Platina, que normalmente apresentam temperaturas mais moderadas, também viram seus termômetros marcar valores elevados. Fernandes Pinheiro teve uma média de 19,9°C, superior aos 16,9°C habituais, enquanto Santo Antônio da Platina registrou 24,1°C, superando sua média de 22,1°C.
A estiagem prolongada e a ausência de chuvas regulares são apontadas como fatores determinantes para esse cenário. A falta de precipitações fez com que o calor se intensificasse, criando um ciclo que agrava ainda mais as condições climáticas. O alerta de Samuel Braun reforça a importância de se preparar para possíveis consequências em setores como a agricultura, que pode sofrer com a seca.
Conforme as previsões do Simepar, as condições climáticas para os próximos meses ainda são incertas, mas há expectativa de que o verão seja igualmente quente. Enquanto isso, os paranaenses devem se adaptar a essa nova realidade e esperar por possíveis novas anomalias climáticas.