Durante um discurso na Indonésia nesta quarta-feira (4), o Papa Francisco abordou temas delicados e controversos, destacando o que considera uma tendência preocupante em algumas partes do mundo: a preferência de certas famílias por animais de estimação em vez de filhos. Segundo o Papa, essa prática “não é certa” e contrasta com a cultura da Indonésia, onde, de acordo com ele, as famílias continuam a ter um número maior de filhos.
Em sua fala, o Papa Francisco elogiou a tradição local, observando que “o vosso país, pelo contrário, tem famílias de três, quatro, cinco filhos. E isso vê-se no seu nível etário. Continuai assim. É um exemplo para todos os países. Se calhar alguns sorriem; se calhar algumas famílias preferem ter um gato, um cachorrinho, e não um filho. Contudo, isso não está certo.” As palavras do líder religioso geraram uma onda de polêmicas, especialmente porque dados do Banco Mundial indicam que a taxa de natalidade na Indonésia caiu mais de 50% desde a década de 1960.
Apesar da controvérsia em torno de seus comentários sobre a criação de filhos e animais de estimação, o discurso do Papa Francisco tinha um objetivo mais amplo: promover a união e a justiça social global. Ele lamentou que o mundo atual esteja cada vez mais fragmentado e dividido, ressaltando a necessidade de um maior respeito e compreensão entre as diversas religiões e culturas para alcançar uma verdadeira fraternidade universal.
O Papa destacou que, em várias regiões, conflitos violentos têm surgido como resultado da falta de respeito mútuo e do desejo intolerante de impor interesses próprios a qualquer custo. “Em várias regiões, assistimos ao aparecimento de conflitos violentos, que muitas vezes são o resultado da falta de respeito mútuo, do desejo intolerante de fazer prevalecer a todo o custo os próprios interesses, a própria posição ou narrativa histórica parcial, mesmo quando isso implica sofrimentos intermináveis para comunidades inteiras e resulta em verdadeiras guerras sangrentas”, afirmou.
Além disso, o líder da Igreja Católica criticou governantes que buscam uniformizar tudo, impondo suas visões sobre questões que deveriam respeitar a autonomia dos indivíduos e grupos. Ele argumentou que tais atitudes apenas exacerbam as tensões internas e comprometem a unidade nacional.