O Paraná enfrentou um final de semana marcado por uma intensa onda de incêndios em vegetação, registrando, em média, cinco ocorrências por hora. No total, o Corpo de Bombeiros atendeu a 249 casos de queimadas entre o sábado (31) e o domingo (1). Os incêndios se espalharam por todas as regiões do estado, sendo comuns nas margens de rodovias. De acordo com os bombeiros, a maioria dos incêndios é causada pela ação humana, que se torna ainda mais perigosa devido ao tempo extremamente seco, facilitando a propagação do fogo.
Dados do Simepar indicam que o mês de agosto apresentou níveis de chuva abaixo da média histórica em quase todas as regiões do Paraná. Este cenário de seca prolongada não só aumenta a frequência dos incêndios, como também eleva as temperaturas máximas e diminui a umidade relativa do ar. O meteorologista Lizandro Jacobsen destaca que, apesar do calor persistente no início desta semana, uma mudança no clima é esperada a partir de quarta-feira (4). No entanto, regiões no extremo norte do estado, próximas à divisa com São Paulo e Mato Grosso do Sul, devem continuar sem chuvas, apenas com formações de nuvens, mantendo o risco de novos focos de incêndio.
Entre as áreas mais afetadas pela seca e pelas queimadas está o Parque Nacional de Ilha Grande, no município de Altônia, no noroeste do Paraná. A região vem sofrendo com um incêndio de grandes proporções que já dura vários dias. As chamas devastaram a área da Várzea Continental, próxima às Lagoas São João e Xambrê. Para combater o fogo, equipes de brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio do Corpo de Bombeiros, servidores e caminhões-pipa, mobilizaram cerca de 40 agentes. O ICMBio atribui a origem do incêndio à ação humana, reforçando a necessidade de conscientização e medidas preventivas para evitar novas tragédias ambientais.
A previsão de continuidade do tempo seco no estado é um alerta para o risco constante de novos incêndios, exigindo atenção redobrada das autoridades e da população para prevenir mais danos às áreas verdes e preservar o meio ambiente paranaense.