A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba confirmou, nesta sexta-feira (30), a morte de uma bebê de cinco meses em decorrência de coqueluche. Este é o primeiro óbito pela doença na capital desde 2013 e marca um preocupante retorno de uma doença que, embora prevenível, vem mostrando um ressurgimento alarmante. A coqueluche, também conhecida como “tosse comprida”, é uma infecção respiratória altamente contagiosa que pode ser prevenida por meio da vacinação ainda nos primeiros meses de vida.
De acordo com a prefeitura, não há registros de que a bebê possuísse comorbidades. Além de testar positivo para coqueluche, a criança também foi diagnosticada com influenza, o vírus causador da gripe. Esta é a segunda morte pela doença em Curitiba em 2024 e a terceira em todo o estado do Paraná no mesmo ano, evidenciando um cenário de crescente preocupação entre as autoridades de saúde.
Os números revelam um aumento significativo nos casos de coqueluche no Paraná. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) apontam que, de 2021 a 2024, houve um aumento de 2666% nos diagnósticos da doença. Enquanto em 2021 foram registrados apenas nove casos, este número saltou para 249 entre janeiro e agosto de 2024. O aumento expressivo reforça a necessidade de atenção e medidas preventivas para controlar a disseminação da doença.
Sintomas e Tratamento da Coqueluche
A coqueluche se manifesta inicialmente com sintomas leves, semelhantes a um resfriado comum, como mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. No entanto, à medida que a doença progride, a tosse se torna intensa e descontrolada, podendo comprometer a respiração, provocar vômitos e causar cansaço extremo. Em casos graves, a infecção pode ser fatal, especialmente em crianças pequenas e não vacinadas.
O tratamento da coqueluche envolve o uso de antibióticos, que são eficazes em reduzir a duração e a gravidade da doença, especialmente se administrados nas primeiras fases dos sintomas. Em Curitiba, as pessoas que apresentam sintomas da doença são orientadas a buscar atendimento em unidades de saúde ou, em casos mais urgentes, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Para casos menos graves, a Central Saúde Já Curitiba também está disponível para consultas e orientações.
A vacinação é a principal forma de prevenção contra a coqueluche. O esquema vacinal básico está disponível para crianças nos postos de saúde e deve ser atualizado conforme as diretrizes do calendário de vacinação. Com o aumento dos casos de coqueluche em todo o país, o Ministério da Saúde ampliou temporariamente a oferta de doses para grupos específicos, incluindo trabalhadores de berçários e creches que atendem crianças de até quatro anos.
No Paraná, além das campanhas de vacinação em escolas, a Sesa recomenda que profissionais de saúde, especialmente aqueles que atuam em áreas de alto risco como obstetrícia, ginecologia, pediatria, UTI neonatal e berçários, recebam a vacina. Essas medidas visam proteger não apenas os profissionais, mas também as populações vulneráveis com as quais eles interagem diariamente.