O influenciador digital, humorista e ex-participante do Big Brother Brasil, Dilson Alves da Silva Neto, popularmente conhecido como Nego Di, foi condenado a uma pena de 1 ano e 2 meses de detenção em regime aberto pelos crimes de difamação e injúria contra a deputada Luciana Genro. A sentença, proferida pela 4ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca de Porto Alegre, foi divulgada na última sexta-feira (23).
A condenação está relacionada a uma série de comentários ofensivos feitos por Nego Di em um vídeo publicado em seu canal no YouTube em 11 de março de 2020, onde chamou a deputada de “velha sem vergonha” e “maconheira”. A decisão do juiz Eduardo Furian Pontes destacou que as palavras do humorista ultrapassaram os limites da liberdade de expressão, afetando diretamente a reputação e a carreira da parlamentar.
A defesa de Nego Di alegou que os comentários tinham caráter humorístico, mas o tribunal entendeu que o conteúdo divulgado atingiu a honra da deputada, configurando, portanto, uma ofensa à sua imagem. Como resultado, além da pena de detenção, a sentença impôs duas penas restritivas de direitos: prestação de serviços comunitários e uma prestação pecuniária no valor de cinco salários mínimos. Além disso, Nego Di foi condenado a pagar uma indenização de R$ 10.000,00 por danos morais, valor que será corrigido monetariamente com juros.
Além da condenação por difamação, Nego Di enfrenta graves acusações de estelionato. Ele está preso preventivamente desde 14 de julho em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, suspeito de envolvimento em um esquema de venda online de produtos que nunca eram entregues aos compradores. Segundo as investigações, Nego Di e seu sócio, Anderson Bonetti, também preso, promoviam a venda de produtos como televisores, aparelhos de ar-condicionado e celulares a preços abaixo do mercado, mas não realizavam a entrega dos itens.
A operação criminosa foi denunciada por diversas vítimas, incluindo uma pessoa que relatou ter perdido R$ 30 mil ao tentar comprar dois celulares e alguns aparelhos de ar-condicionado. Imagens de conversas no WhatsApp, mostram promessas de reembolso feitas por Nego Di, que nunca se concretizaram. O influenciador, em suas redes sociais, afirmou inicialmente que havia sido contratado apenas para divulgar os produtos, mas em outra ocasião, se identificou como o proprietário da empresa e garantiu a entrega dos itens aos clientes, aumentando a desconfiança sobre seu envolvimento direto nas fraudes.
A situação de Nego Di é complicada, pois ele enfrenta múltiplas acusações que podem resultar em sérias consequências legais. A decisão da Justiça em condená-lo por difamação reforça o entendimento de que o uso da internet e das redes sociais para atacar a honra de terceiros não será tolerado, especialmente quando tais atos geram repercussões significativas na vida das vítimas. Já o caso de estelionato revela um esquema complexo de fraude que, se confirmado, poderá levar a penas ainda mais severas para o ex-BBB.