A Nova Ordem de Lúcifer na Terra, organização responsável pela construção de um santuário dedicado a Lúcifer em Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre, enfrenta um desafio legal após a suspensão da inauguração do templo. A ordem religiosa recorreu da decisão da Justiça do Rio Grande do Sul que, atendendo a um pedido da prefeitura, impediu a abertura do local na última terça-feira (13).
O santuário, localizado em uma área rural de cinco hectares, foi planejado para abrigar uma estátua de Lúcifer com mais de cinco metros de altura, construída em cimento. A Nova Ordem de Lúcifer na Terra, formada há cerca de dois anos dentro do grupo de quimbanda Corrente 72, alega que o projeto faz parte de seu estudo espiritual e questionamento das tradições religiosas cristãs.
No entanto, a 4ª Vara Cível de Gravataí determinou a interdição do templo até que sejam cumpridas todas as exigências administrativas necessárias para seu funcionamento legal, como a obtenção de licenças obrigatórias e o registro de CNPJ. A Justiça também estabeleceu uma multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento da ordem judicial.
Além da falta de regularização, a prefeitura argumentou que o local não oferece as condições de segurança necessárias para o grande público que poderia ser atraído pelo santuário, considerando a repercussão nacional do projeto. A localização isolada do templo foi outro ponto de preocupação, já que dificultaria qualquer tipo de assistência por parte das autoridades em caso de emergência.
A Nova Ordem de Lúcifer na Terra, que conta com aproximadamente 100 membros ativos, já realiza rituais no local, mas enfrenta resistência tanto das autoridades quanto de parte da população. Nas redes sociais, o projeto tem sido alvo de críticas e ameaças, enquanto seus defensores alegam que ele representa uma importante manifestação da liberdade religiosa.
Os líderes da ordem, Tata Hélio De Astaroth e Mestre Lukas de Bará da Rua, afirmam que o financiamento do santuário foi inteiramente feito pelos membros da organização e destacam que medidas de segurança adicionais foram implementadas para proteger os envolvidos, devido às ameaças recebidas.
A prefeitura de Gravataí, em nota oficial, afirmou que desconhecia o projeto e negou qualquer tipo de suporte financeiro à construção do santuário. A situação permanece indefinida enquanto a Nova Ordem de Lúcifer na Terra aguarda uma nova decisão judicial sobre o recurso apresentado, que poderá determinar o futuro do polêmico santuário.