A estudante Danila de Lima, de 29 anos, estava a menos de 24 horas de seu casamento quando recebeu uma notícia devastadora: a celebração planejada com tanto carinho não iria acontecer. A empresa Filia, responsável pela organização do evento, comunicou à noiva na noite de sexta-feira que não poderia realizar a festa porque não havia conseguido pagar os fornecedores, a menos que ela desembolsasse R$ 16 mil imediatamente.
Diante da situação inesperada, familiares e amigos de Danila e seu noivo uniram forças para organizar uma nova festa, que ocorreu neste fim de semana em Campo Mourão, no noroeste do Paraná. No entanto, o caso de Danila não foi isolado. Outros cinco casais, que também tinham seus casamentos marcados para o mesmo fim de semana, enfrentaram o cancelamento de suas festas pela mesma empresa.
A situação gerou uma mobilização em massa entre os casais afetados, que se organizaram para registrar boletins de ocorrência na Delegacia de Estelionatos em Maringá, na manhã desta segunda-feira (12). No total, 21 casais formalizaram queixas contra a empresa, acusando-a de descumprimento contratual e possível estelionato.
A empresa Filia, em resposta às acusações, informou em suas redes sociais que havia se mudado da cidade após receber ameaças e orientou seus clientes a procurarem seu departamento jurídico para tratar dos contratos. No entanto, a falta de comunicação e a repentina saída da empresa dos grupos de contato deixaram os clientes ainda mais preocupados.
Um grupo em um aplicativo de mensagens foi criado para reunir todos os casais lesados, e até o momento conta com mais de 200 participantes, todos relatando problemas semelhantes com a empresa. Entre os integrantes do grupo está a estudante Bruna Gabriela Ferreira, que tem casamento marcado para 2026 e já pagou mais de R$ 11 mil de um contrato de R$ 20 mil com a Filia. No domingo (11), a responsável pela empresa bloqueou os clientes nos grupos e enviou uma mensagem automática de rescisão dos contratos, sem mais explicações.
A polícia agora investiga se a empresa agiu com má-fé, visando obter ganhos ilícitos por meio de engano, o que configuraria o crime de estelionato. As autoridades orientam que todas as vítimas apresentem os contratos e comprovantes de pagamento para que a investigação possa ser conduzida de maneira abrangente e coordenada.