O trágico acidente com o avião modelo ATR-72-500 da Voepass, que ocorreu na última sexta-feira (9) em Vinhedo, São Paulo, e resultou na morte de 62 pessoas, trouxe à tona uma série de problemas anteriores envolvendo a aeronave. De acordo com uma reportagem exibida pelo programa Fantástico no domingo (12), o avião em questão apresentava um histórico recente de falhas que comprometiam sua segurança, incluindo danos estruturais e problemas no sistema hidráulico.
Os primeiros indícios de problemas surgiram no dia 11 de março deste ano, quando um relatório técnico apontou uma anomalia no sistema hidráulico da aeronave durante um voo de Recife para Salvador. No momento do pouso, o avião teve um “contato anormal” com a pista, que foi descrito no relatório como um choque da cauda com o solo, causando um “dano estrutural” significativo.
Devido a esses problemas, a aeronave, identificada pelo prefixo PS-VPB, permaneceu fora de operação no aeroporto de Salvador até o dia 28 de março, quando foi transferida para a oficina da Voepass em Ribeirão Preto, onde passou por manutenção. Após a conclusão dos reparos, o avião retornou aos voos comerciais em 9 de julho, operando a rota entre Ribeirão Preto e Guarulhos. No entanto, durante esse voo, ocorreu uma despressurização, e a aeronave precisou retornar para Ribeirão Preto, onde ficou mais quatro dias em manutenção.
Liberado para operar novamente em 13 de julho, o avião permaneceu em atividade até a sexta-feira do acidente. A Voepass Linhas Aéreas, em resposta ao Fantástico, afirmou que todas as informações relativas à investigação do acidente serão tratadas de maneira restrita, sob a jurisdição da Aeronáutica e outras autoridades competentes.