No sábado, (10), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deu início ao processo de extração dos dados das caixas-pretas do avião da Voepass que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo. O acidente trágico resultou na morte de 62 pessoas, cujos corpos foram removidos pelas equipes de resgate e encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo para identificação e posterior liberação às famílias.
A aeronave, que estava operando o voo 2283, caiu na última sexta-feira (9) em uma área rural próxima ao município de Vinhedo. De acordo com especialistas em segurança de voo, uma das principais hipóteses para a queda do avião é a formação de gelo nas asas, o que pode ter causado um estol – uma perda de sustentação que leva a aeronave a entrar em uma queda descontrolada, conhecida tecnicamente como parafuso chato.
A companhia aérea Voepass, responsável pelo voo, afirmou que a aeronave estava em boas condições de operação e havia passado por manutenção recente, reforçando que o modelo em questão é amplamente considerado seguro dentro da indústria aeronáutica. No entanto, a investigação conduzida pelo Cenipa buscará esclarecer todos os detalhes que levaram ao trágico acidente.
As caixas-pretas, que registram tanto os dados técnicos do voo quanto as comunicações na cabine, são fundamentais para desvendar a sequência exata dos eventos que culminaram na queda do avião. Uma das principais questões que a análise dos dispositivos deve responder é se houve algum tipo de comunicação de emergência por parte dos pilotos antes do acidente. Até o momento, o Cenipa informou que não foi registrado qualquer informe de emergência entre a aeronave e os órgãos de controle de tráfego aéreo durante o voo.
Com a análise dos dados em andamento, as autoridades esperam obter respostas sobre os últimos momentos do voo e as possíveis causas que levaram ao desastre. A investigação pode demorar semanas ou até meses, mas é essencial para garantir que incidentes similares possam ser evitados no futuro.