Mães de recém-nascidos atendidas na Unidade de Ginecologia e Obstetrícia do Complexo Hospital de Clínicas (CHC) poderão receber implantes contraceptivos antes mesmo de deixar o hospital. O método, de longa duração, será voltado principalmente para mulheres em situação de vulnerabilidade social e em situação de rua, ou mães HIV positivas que deram à luz recentemente.
Fonte: Site Universidade Federal do Paraná
O projeto foi lançado no início de fevereiro, quando os coordenadores da iniciativa se reuniram no Auditório da Maternidade do Hospital de Clínicas para apresentar aos profissionais o protocolo para atendimento e utilização do implante sub dérmico.
O Complexo Hospital de Clínicas já oferece a implantação de dispositivos intrauterinos (DIUs). A iniciativa de oferecer os implantes contraceptivos vai ao encontro das diretrizes do projeto Apice On (Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia). Criado pelo Ministério da Saúde em 2017, ele prevê a qualificação dos serviços que atendem situações de nascimento, parto, planejamento familiar, violência sexual e abortamento em hospitais públicos e de ensino por todo o país.
O intuito é promover a discussão sobre os temas e garantir atendimento humanizado às gestantes e mães. O Complexo Hospital de Clínicas é um dos mais de 90 hospitais que integram o programa, e é referência no atendimento multiprofissional a mulheres vítimas de violência sexual, realizado há 20 anos.
A ação
Para Rosires Pereira de Andrade, gerente de Ensino e Pesquisa do Complexo Hospital de Clínicas e coordenador da iniciativa, é importante ter em mente as características do público-alvo no planejamento de um projeto como esse: “Ao invés de adaptar as mulheres aos anticoncepcionais, adaptamos os anticoncepcionais às mulheres”, explica.
Também conhecido como Inplanon, o implante é um dos LARC, sigla em inglês para Métodos Contraceptivos Reversíveis de Longa Duração – assim como o Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre e o DIU Mirena. Tem duração de três anos e um índice de 99% de eficácia. Com comprimento de cerca de dois centímetros, é implantado com anestesia na parte interna do braço, através de um pequeno corte de rápida cicatrização.
De acordo com Rosires, a escolha do Inplanon se deve a quatro fatores: a aplicação única do dispositivo, a longa duração de ação, eficácia e a segurança de seu uso. “Todas as pesquisas mostram que mulheres que usam LARC continuam usando a longo prazo”, conclui.
A iniciativa é resultado de negociações entre o Hospital de Clínicas e as secretarias estadual e municipal de Saúde. Ela será colocada em prática com a abordagem das equipes de trabalho do hospital na Unidade de Ginecologia e Obstetrícia em parceria com a rede municipal de saúde, com a identificação e acompanhamento dos casos de vulnerabilidade por parte da Secretaria Municipal de Saúde.
Sobre a Ebserh
Desde outubro de 2014, o Complexo Hospital de Clínicas faz parte da Rede Ebserh. Estatal vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) atua na gestão de hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do SUS, e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
A empresa, criada em dezembro de 2011, administra atualmente 39 hospitais e é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.
Renildo Meurer – Unicom/CHC / Foto: Unicom/CHC