Nesta quarta-feira (24), durante a reunião do G20 realizada no Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou novamente a proposta de taxação global dos super-ricos, defendendo-a como uma solução viável para erradicar a fome no mundo. Haddad destacou que essa medida, atualmente em debate entre os membros do G20, poderia transformar significativamente a realidade global.
O ministro argumentou que os super-ricos, ao redor do mundo, frequentemente se utilizam de diversas estratégias para evitar o pagamento de impostos, resultando em sistemas tributários que, no topo da pirâmide, são regressivos e não progressivos. “Ao redor do mundo, os super-ricos usam uma série de artifícios para evadir os sistemas tributários. Isso faz com que, no topo da pirâmide, os sistemas sejam regressivos, e não progressivos”, afirmou Haddad.
Essa proposta vem à tona no momento do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa central do Brasil na presidência do G20. Haddad frisou que, embora a comunidade internacional disponha dos recursos necessários para garantir uma vida digna a todos, o que falta é a vontade política para efetivar essas mudanças.
A proposta defendida por Haddad sugere a implementação de uma alíquota de 20% sobre a renda dos super-ricos, criando um sistema tributário internacional. O montante arrecadado seria destinado a um fundo global de US$ 500 bilhões, que financiaria projetos voltados para combater a pobreza e as mudanças climáticas.
O economista francês Gabriel Zucman, coautor da proposta, destacou que essa taxação afetaria aproximadamente 3 mil indivíduos globalmente, incluindo cerca de 100 na América Latina. Segundo Zucman, a medida tem o potencial de gerar uma arrecadação de US$ 250 bilhões por ano, recursos que seriam direcionados para projetos socioambientais de grande impacto.