Um policial penal gestor da Cadeia Pública de Dois Vizinhos, localizada no sudoeste do Paraná, está sendo investigado sob suspeitas graves de assédio sexual a detentas, ameaça, coação no curso do processo, peculato e estupro. A identidade do suspeito não foi revelada.
Na manhã desta quarta-feira (24), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) conduziu uma operação em Dois Vizinhos, com o objetivo de apurar as denúncias. As investigações, coordenadas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), apontam que uma das vítimas de estupro realizava serviços internos na cozinha da unidade prisional.
As denúncias iniciais surgiram no início deste mês, quando uma informação anônima alertou as autoridades sobre o comportamento abusivo do policial penal. Segundo o promotor de Justiça Tiago Vacari, o suspeito utilizava o trabalho dos presos para benefício pessoal em sua própria residência, frequentemente retirando-os da cadeia, especialmente aos finais de semana.
Duas ordens judiciais foram cumpridas pelo Gaeco, uma na casa do suspeito e outra nas dependências da cadeia pública. Durante a operação, documentos e equipamentos eletrônicos foram apreendidos para análise. As investigações também indicam que o policial penal se aproveitava de sua posição para intimidar e coagir os presos ao longo do processo.
Como medida cautelar, a Justiça determinou o afastamento do policial de suas funções por 180 dias e a apreensão de todas as armas de fogo em sua posse, sejam pessoais ou funcionais. Além disso, o suspeito está proibido de acessar as dependências da cadeia e de manter qualquer contato com os detentos da unidade.