A prisão de Anderson Bonetti, sócio do ex-BBB Nego Di, trouxe à tona uma investigação complexa envolvendo um esquema milionário de desvio de fundos. Bonetti, que já estava sob investigação por crimes financeiros, foi preso recentemente em Bombinhas, Santa Catarina, após ser identificado por policiais na sacada de um apartamento. Transferido para o Rio Grande do Sul, ele permanece detido enquanto a justiça analisa seu caso.
Em junho de 2020, Bonetti foi um dos 13 alvos de uma operação de busca e apreensão conduzida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), chamada de Operação Criptoshow. A ação visava desmantelar uma quadrilha especializada em fraudes digitais, que conseguiu desviar cerca de R$ 35 milhões de uma grande indústria.
Os detalhes da operação são alarmantes. Em abril de 2020, os criminosos conseguiram acessar a conta bancária da indústria via internet banking, realizando 11 transferências eletrônicas (TEDs) que somaram R$ 30 milhões, distribuídos entre seis empresas localizadas em Porto Alegre, Cachoeirinha, São Paulo e Porto Velho. Um esquema similar foi repetido posteriormente, resultando no desvio de mais R$ 5 milhões.
Parte significativa dos fundos desviados, cerca de R$ 18 milhões, foi convertida em bitcoins em nome de terceiros, dificultando o rastreamento e recuperação do dinheiro. A defesa de Bonetti alega que tanto ele quanto sua empresa de compra e venda de bitcoins foram vítimas de um hacker, que teria sido o responsável pelo desvio dos recursos.
A conexão de Bonetti com Nego Di complicou ainda mais sua situação. O influenciador digital e humorista foi preso em Canoas, no Rio Grande do Sul, após ser acusado de estelionato por participar de um esquema de vendas online fraudulentas. Nego Di promovia a venda de produtos como aparelhos de ar-condicionado e televisores em suas redes sociais, porém os itens nunca eram entregues aos compradores. Anderson Bonetti controlava a parte virtual do site envolvido nas fraudes, consolidando a parceria criminosa.
A prisão preventiva de Nego Di ocorreu em 14 de julho em Santa Catarina. Ele foi transferido para o Rio Grande do Sul, onde o processo está em andamento. Apresentado no Palácio da Polícia e, posteriormente, encaminhado para a Penitenciária Estadual de Canoas, Nego Di teve seu pedido de habeas corpus negado pela Justiça do Rio Grande do Sul em 16 de julho, permanecendo detido.