O capitão do Corpo de Bombeiros, preso em flagrante no final de maio em Curitiba por suspeita de desvio de doações destinadas à Defesa Civil, foi formalmente denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). A denúncia por peculato foi apresentada pelo Núcleo de Curitiba do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e divulgada nesta terça-feira (23).
Segundo o MPPR, o capitão está temporariamente afastado de suas funções. Se condenado, ele poderá ser destituído permanentemente de seu cargo na corporação. A denúncia já foi aceita e o processo tramita na Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual.
A prisão do capitão ocorreu em uma distribuidora de bebidas no bairro Uberaba, em Curitiba, onde foram encontrados fardos de energéticos que haviam sido desviados de um galpão da Defesa Civil em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Esses itens estavam destinados às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
De acordo com a denúncia do MPPR, além dos energéticos, o capitão teria se apropriado de diversos outros itens, incluindo roupas, computadores e ferramentas. Tais atos configuram o crime de peculato, conforme descrito no artigo 303, §1º, do Código Penal Militar, que prevê pena de reclusão de até 15 anos.
O caso se complicou ainda mais com a denúncia contra o tio do capitão, acusado de receptação e posse irregular de arma de fogo. Segundo o MPPR, o processo contra o tio do militar ainda está em fase de aceitação pelo Judiciário. As acusações são baseadas nos artigos 180, § 1°, c/c artigo 14, do Código Penal e artigo 16, inciso IV, da Lei 10.826/06.