A jornalista Renata Varandas foi demitida da Record nesta quinta-feira (18/7) após admitir o vazamento de trechos de uma entrevista exclusiva com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O incidente gerou repercussão significativa, resultando em sua saída da emissora onde trabalhava desde 2007.
O problema começou quando um resumo da entrevista, realizada por Renata, foi divulgado antecipadamente na terça-feira (16/7) pela corretora BGC Liquidez. A corretora creditou as informações à empresa Capital Advice, da qual Renata é sócia. As declarações do presidente Lula, fora do contexto da entrevista, geraram turbulência no mercado financeiro.
De acordo com o trecho vazado, Lula teria mencionado a necessidade de ser convencido sobre um possível corte de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões no relatório de 22 de julho e afirmado que, se fosse necessário modificar a meta fiscal, ele não se oporia. No entanto, quando a entrevista foi ao ar, o presidente não falou em números específicos, o que criou um descompasso entre as informações vazadas e o conteúdo oficial.
A situação também provocou atritos entre o governo e a Record. Um colaborador relatou ao jornal Folha de S. Paulo que o presidente Lula considerou o vazamento um “absurdo”. Em resposta ao ocorrido, a Record emitiu uma nota oficial condenando veementemente qualquer vazamento de informações, especialmente quando há uma manipulação parcial do conteúdo apurado em entrevistas conduzidas por suas equipes.
Renata Varandas, que atuava na emissora há 17 anos, viu sua carreira ser abruptamente interrompida por uma falha na confiança, elemento crucial na relação entre jornalista e veículo de comunicação.