Na manhã deste domingo, 14 de julho, o Brasil perdeu um de seus mais notáveis jornalistas e pesquisadores da música brasileira. Sérgio Cabral, escritor, compositor e pai do ex-governador Sérgio Cabral Filho, faleceu aos 87 anos. A notícia foi anunciada pelo filho através de um vídeo nas redes sociais, onde expressou sua dor e pediu orações pela alma do pai. “Meu pai acabou de falecer, ele resistiu três meses. Peço a vocês que orem por ele, pela alma dele e por tudo que ele fez no Rio, Brasil, pela música e futebol, pela família linda que ele construiu”, declarou Sérgio Cabral Filho.
Nascido em Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral iniciou sua carreira jornalística em 1957 como repórter do Diário da Noite. Sua paixão pelo Vasco da Gama e pela cultura brasileira marcou sua trajetória. Foi um dos fundadores do icônico jornal “O Pasquim”, conhecido por sua resistência à ditadura militar, período em que chegou a ser preso devido à sua atuação no jornal.
Autor prolífico, Sérgio Cabral escreveu mais de 20 livros, incluindo biografias de grandes nomes da música brasileira como Pixinguinha, Almirante, Nara Leão, Ary Barroso, Tom Jobim e Ataulfo Alves. Sua contribuição para a cultura do samba foi inestimável, tendo criado, ao lado da historiadora Rosa Maria Araújo, o musical “Sassaricando – E o Rio inventou a marchinha”. Como compositor, trabalhou com Rildo Hora em diversas canções, entre elas “Janelas Azuis”, “Visgo de Jaca”, “Velha-Guarda da Portela” e “Os Meninos da Mangueira”.
Além de sua carreira na música e no jornalismo, Sérgio Cabral também teve uma relevante atuação política no Rio de Janeiro. Foi vereador da cidade por três mandatos, de 1983 a 1993, e atuou como conselheiro do Tribunal de Contas do Município até sua aposentadoria em 2007. Entre suas realizações legislativas estão a constituição do bairro de Santa Teresa como área de proteção ambiental e a obrigatoriedade de construção de salas de espetáculos em novos centros comerciais na cidade.