Murilo Lopes Santos, de 26 anos, natural de Castro, na região dos Campos Gerais, perdeu a vida em combate na cidade de Zaporizhzhia, na Ucrânia. Em uma decisão tomada pela família, ele será enterrado na Ucrânia, o país pelo qual ele lutou bravemente nos seus últimos dias.
A decisão da família veio após uma conversa com um amigo de Murilo, que também foi ferido no mesmo confronto. De acordo com Priscila Pavin, tia de Murilo, o jovem havia expressado anteriormente o desejo de ser enterrado na Ucrânia, caso algo acontecesse com ele durante a guerra. “Um amigo do Murilo, que estava em missão com ele e está hospitalizado porque foi gravemente ferido nessa missão, conseguiu entrar em contato com a gente para expressar que o desejo do Murilo era ser enterrado na Ucrânia”, disse Priscila ao portal G1. A família foi informada da morte de Murilo na sexta-feira (05).
Inicialmente, a família tentou providenciar o translado do corpo para o Brasil, entrando em contato com o Itamaraty. No entanto, após a conversa com o amigo combatente de Murilo, decidiram honrar o desejo do jovem de ser enterrado na Ucrânia. “A gente tinha tentado de todas as maneiras trazer o corpo, mas, porque não tínhamos tido contato ainda com esse amigo, que só conseguiu falar ontem com a gente, decidimos respeitar a vontade do Murilo”, afirmou Priscila.
Murilo chegou à Ucrânia após desembarcar em Cracóvia, na Polônia, e viajar até a fronteira ucraniana. Ele passou cerca de um mês na cidade de Ternopil antes de ser enviado para Zaporizhzhia, onde enfrentou combates intensos contra as forças russas. Em suas últimas mensagens para a mãe, Murilo expressou seu desejo de permanecer na Ucrânia e não voltar para o Brasil. Murilo havia servido no Exército brasileiro por um ano e meio antes de decidir lutar na Ucrânia.
A guerra na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa, já atraiu outros brasileiros para o conflito. Em agosto do ano passado, Antônio Hashitani, um curitibano de 25 anos, morreu em combate na cidade de Bakhmut. Outro brasileiro, Adilson de Andrade Ganzert, também participou do conflito e retornou ao Brasil no final de 2022, surpreendendo sua família ao se fantasiar de Papai Noel.