O desembargador Luis Cesar de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), entrou em licença remunerada, uma semana após ter proferido declarações controversas durante uma sessão de julgamento. As palavras do magistrado, que afirmou que “as mulheres estão loucas atrás de homens” e “elas que estão assediando”, causaram uma grande repercussão negativa e resultaram em investigações e pedidos de afastamento.
A licença especial, conforme previsto no estatuto dos funcionários da Corte, não requer a apresentação de um motivo específico. Segundo o TJ-PR, o afastamento de Espíndola se estenderá até o dia 31 de julho. No entanto, a data exata da solicitação da licença não foi informada pelo órgão.
A controvérsia surgiu no dia 3 de julho, durante o julgamento de um caso envolvendo uma menina de 12 anos que acusou um professor de assédio. Em resposta a uma manifestação de uma desembargadora, que ele descreveu como um “discurso feminista desatualizado”, Espíndola fez as declarações que geraram indignação e reação imediata.
O Conselho Nacional de Justiça abriu uma investigação para apurar a conduta do desembargador, enquanto a Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná (OAB-PR) apresentou um pedido formal de afastamento de suas funções. Em meio à pressão e à crítica pública, Espíndola emitiu uma nota no site do TJ-PR, na qual alegou que suas declarações foram mal interpretadas. Ele afirmou que “nunca houve a intenção de menosprezar o comportamento feminino” e que sempre defendeu a igualdade de gênero em suas decisões e em sua vida pessoal.