Carolina Arruda Leite, uma jovem de 27 anos, está enfrentando uma batalha desesperada contra a neuralgia do trigêmeo, uma condição conhecida por causar a “pior dor do mundo”. Após 11 anos de tratamentos sem sucesso, Carolina iniciou uma campanha de financiamento coletivo para custear uma eutanásia na Suíça, onde o procedimento é legalizado.
A estudante de veterinária relata que, durante os momentos de crise, as dores são tão intensas que chegam a provocar vômitos. Carolina já tentou diversos tratamentos, incluindo quatro cirurgias e inúmeros medicamentos, mas nada trouxe alívio permanente.
“A dor é tão intensa que torna impossível realizar tarefas diárias simples, manter relacionamentos ou mesmo encontrar prazer em atividades que antes eram parte da minha rotina. Cada dia é uma batalha constante e exaustiva. A esperança de uma vida sem dor tem se tornado cada vez mais distante, e a qualidade de vida, praticamente inexistente”, afirmou Carolina em sua campanha de financiamento.
No Brasil, a morte assistida é proibida, ao contrário de países como Suíça, Holanda, Bélgica, Alemanha, e alguns estados do Canadá e dos Estados Unidos, onde o procedimento é permitido.
A neuralgia do trigêmeo é uma condição que provoca dor facial intensa devido a uma disfunção no nervo trigêmeo, responsável por transportar informações sensoriais do rosto ao cérebro e controlar os músculos da mastigação. A dor, muitas vezes comparada a choques elétricos ou pontadas de facas, pode ser desencadeada por atividades simples como escovar os dentes ou mastigar. Essa dor é frequentemente descrita como a “pior dor do mundo” devido à sua intensidade e ao sofrimento que causa.
O diagnóstico da neuralgia do trigêmeo é baseado nos sintomas característicos da doença, como dor intensa e de curta duração, que muitas vezes é desencadeada por estímulos simples na face. Não existem exames específicos para identificar a condição, o que torna o relato dos sintomas crucial para o diagnóstico.
Os tratamentos mais comuns incluem o uso de anticonvulsivantes, bloqueios nervosos para alívio temporário da dor e, em alguns casos, cirurgia. A descompressão vascular, por exemplo, pode aliviar a dor por muitos anos, mas não é uma solução definitiva para todos os pacientes.
A situação de Carolina destaca a gravidade da neuralgia do trigêmeo e a luta constante de quem sofre dessa condição. Sua decisão de buscar eutanásia na Suíça ressalta o desespero e a necessidade de opções eficazes de tratamento e alívio da dor para essas pessoas.
Enquanto Carolina aguarda o apoio necessário para realizar seu desejo de terminar seu sofrimento, sua história traz à tona discussões importantes sobre a qualidade de vida, a dor crônica e as opções de tratamento para condições extremas como a neuralgia do trigêmeo.