Nesta quarta-feira, 19 de junho, a sessão plenária da Câmara dos Deputados foi marcada por um protesto inusitado realizado pela deputada federal Carol Dartora (PT-PR). Em um gesto de descontentamento, Dartora mostrou a língua em direção ao deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), que discursava em defesa do polêmico “PL do Aborto”, projeto de lei que tem gerado intensos debates entre os parlamentares e a sociedade.
O incidente ocorreu durante o pronunciamento de Chrisóstomo, conhecido aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado bolsonarista utilizou seu tempo na tribuna para defender o projeto de lei que visa restringir ainda mais o acesso ao aborto legal no Brasil, um tema que provoca fortes reações tanto de defensores quanto de opositores.
Enquanto Chrisóstomo argumentava em favor do projeto, Dartora, que passava pelo local, decidiu expressar seu desacordo de maneira simbólica. Ao passar ao lado do parlamentar, a deputada petista virou-se e mostrou a língua, um gesto que rapidamente chamou a atenção dos presentes no plenário e posteriormente repercutiu nas redes sociais e na mídia.
O protesto de Dartora reflete a polarização que o tema do aborto provoca no cenário político brasileiro. O “PL do Aborto” tem sido alvo de intensas discussões, com grupos pró-escolha argumentando que a proposta ameaça direitos reprodutivos das mulheres, enquanto os defensores do projeto alegam estar protegendo a vida desde a concepção.
A reação de Dartora foi vista por muitos como uma forma de resistência e um chamado à atenção para a necessidade de um debate mais amplo e inclusivo sobre o assunto. O gesto, embora simples, simboliza a frustração de muitos que veem no projeto de lei uma tentativa de retrocesso nos direitos conquistados ao longo dos anos.
O episódio sublinha a importância de um diálogo mais aberto e respeitoso entre os parlamentares, especialmente em temas sensíveis que afetam diretamente a vida de milhares de pessoas. A manifestação da deputada Carol Dartora, mesmo sendo um ato de protesto silencioso, ecoou como um grito de alerta sobre a necessidade de se considerar todas as vozes e perspectivas nas discussões legislativas.