Professores das escolas estaduais do Paraná têm se manifestado através de aplicativos de mensagens e redes sociais contra o afastamento de suas funções após participarem de uma greve. A paralisação, ocorrida na semana passada, foi uma resposta à lei que instituiu o programa Parceiro da Escola, que prevê a gestão compartilhada de colégios com empresas privadas. A greve, declarada ilegal pela Justiça, culminou na Procuradoria-Geral do Estado (PGE) pedindo a prisão da presidente da APP-Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto, sob a alegação de manutenção indevida da paralisação.
A polêmica lei tramitou em regime de urgência na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e foi sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) na última quarta-feira (5). O processo de aprovação foi marcado por tensões, incluindo a invasão da Alep por manifestantes tentando impedir as sessões, que acabaram sendo realizadas de maneira remota pelos deputados estaduais.
Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed), o afastamento dos diretores não configurou um desligamento, mas sim uma medida provisória por “indícios de descumprimento de seus deveres profissionais, conforme estabelecido pelas normas e regulamentos que regem a atuação dos profissionais da educação do estado.”
Os educadores, no entanto, enxergam o afastamento como uma retaliação às suas manifestações e ao exercício do direito de greve. A APP-Sindicato, que representa os professores estaduais, destacou que a decisão da Seed intensifica a crise no setor e desvaloriza a luta dos profissionais por melhores condições de trabalho e ensino.
Nas redes sociais, professores compartilham suas preocupações com a crescente influência do setor privado na educação pública. Eles temem que a parceria com empresas possa comprometer a qualidade do ensino e enfraquecer a autonomia escolar.