Nesta terça-feira (4), a Procuradoria Geral do Estado (PGE) do Paraná solicitou a prisão imediata da presidente da APP-Sindicato, Walkiria Olegario Mazeto, após a entidade decidir manter a greve dos professores. A paralisação, que começou na segunda-feira (3), foi deflagrada em resposta à aprovação do projeto de lei que terceiriza a gestão administrativa de 204 colégios estaduais.
O pedido de prisão foi formalizado pela procuradora Mariana Carvalho Waihrich, que classificou a greve como “ilegal” e desobediente a uma ordem judicial. O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) havia determinado a suspensão da greve no sábado (1), impondo uma multa diária de R$ 10 mil caso a APP-Sindicato não cumprisse a ordem.
Segundo o documento da PGE, Walkiria Olegario Mazeto teria desobedecido claramente a decisão judicial, incitando a greve tanto verbalmente quanto por meio das redes sociais, causando danos ao patrimônio público. A Procuradoria argumenta que a greve prejudica a “essencialidade do serviço de educação”, um serviço considerado indispensável, e demonstra um “total descaso” em relação à ordem judicial e à multa aplicada.
O documento também faz referência à ocupação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) pelos manifestantes, descrita como “violenta, antidemocrática e terrorista”. Durante a ocupação, três pessoas ficaram feridas e duas foram presas por depredação do patrimônio público.
Além de pedir a prisão de Walkiria, a PGE solicitou que a APP-Sindicato seja multada em R$ 100 mil, a partir do início da greve, considerando que a multa anterior de R$ 10 mil não foi suficiente para interromper o movimento. A procuradora Mariana Carvalho Waihrich também pediu uma multa pessoal de R$ 10 mil para Walkiria, acusando-a de disseminar notícias falsas e incitar professores, pais e alunos, inclusive menores de idade, a participar da greve, colocando em risco a integridade física e mental dos estudantes.
A decisão da PGE surge em um contexto de grande tensão entre o governo estadual e o sindicato dos professores, refletindo um cenário de conflito sobre a gestão das escolas e a defesa dos direitos dos profissionais de educação. A próxima etapa envolve a sanção do projeto de lei pelo governador Ratinho Junior (PSD), enquanto o desenrolar do pedido de prisão e das multas ainda aguarda a apreciação judicial.