A Justiça do Paraná decidiu manter a prisão do capitão do Corpo de Bombeiros, detido em flagrante sob a acusação de desviar e vender donativos destinados às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A prisão do militar, ocorrida na última semana, segue em vigor após o pedido de liberdade apresentado pela defesa ser negado.
O Ministério Público do Paraná denunciou o capitão por peculato, crime caracterizado pelo desvio de bens públicos para uso pessoal. Segundo o advogado de defesa, Jefrey Chiquini, a expectativa é de que a prisão preventiva do oficial seja revogada nos próximos dias. Além do capitão, seu tio também foi detido no decorrer das investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A prisão ocorreu em uma distribuidora de bebidas no bairro Uberaba, em Curitiba. No local, foram encontrados diversos produtos, incluindo fardos de energéticos, eletrônicos, roupas e instrumentos musicais, supostamente doados pela Receita Federal para a Defesa Civil. A apreensão de um revólver não regularizado também fez parte da operação.
As autoridades ainda não confirmaram se todos os itens apreendidos seriam realmente destinados ao Rio Grande do Sul. O capitão, que auxiliava a Defesa Civil na logística de recepção e distribuição dos donativos, tinha acesso a dois barracões: um em Piraquara e outro na Vila Guaíra, ambos suspeitos de terem sido utilizados para desviar as doações. As investigações continuam em andamento, e o Gaeco segue apurando a extensão do desvio e a responsabilidade do militar.
A manutenção da prisão do capitão dos Bombeiros evidencia a gravidade das acusações e a necessidade de aprofundar as investigações para garantir a correta aplicação dos recursos destinados às vítimas das enchentes. A situação destaca a importância da fiscalização e da transparência na gestão de doações e bens públicos, essenciais para assegurar que a ajuda chegue a quem realmente precisa.