O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou profundamente a morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, nesta segunda-feira (20/5). Em sua mensagem de condolências, Lula expressou tristeza e solidariedade aos familiares das vítimas e ao povo do Irã. Raisi, de 63 anos, morreu em um acidente de helicóptero que ocorreu no domingo (19/5) durante o retorno de uma viagem ao Azerbaijão Oriental. O helicóptero caiu em uma região montanhosa de difícil acesso devido à forte neblina, resultando na morte de todos a bordo, incluindo o chanceler iraniano Hossein Amirabdollahian e outras importantes figuras do governo.
Carreira e Contribuições de Ebrahim Raisi
Ebrahim Raisi, nascido em 14 de dezembro de 1960, em Mashhad, cidade sagrada do Irã, teve uma longa carreira no sistema judiciário e político iraniano. Ele iniciou seus estudos religiosos em um seminário islâmico ainda jovem, mudando-se aos 15 anos para Qom, onde estudou com renomados clérigos, incluindo o aiatolá Ali Khamenei. Após a Revolução Islâmica de 1979, Raisi assumiu diversos cargos importantes no judiciário, como procurador-geral adjunto de Teerã e chefe da Organização Geral de Inspeção.
Raisi é uma figura controversa, especialmente por seu papel no “Comitê da Morte” de 1988, responsável por execuções em massa de prisioneiros políticos, um episódio criticado por várias organizações de direitos humanos. Mesmo assim, ele continuou a ascender no judiciário iraniano, tornando-se vice-chefe do Judiciário em 2004 e procurador-geral em 2014. Em 2016, Raisi foi nomeado guardião do santuário do Imam Reza, fortalecendo ainda mais sua influência.
Trajetória Política
Em 2017, Raisi concorreu à presidência, mas foi derrotado por Hassan Rouhani. Em 2021, ele venceu as eleições presidenciais com forte apoio dos conservadores, assumindo a liderança do Irã em um período marcado por dificuldades econômicas e tensões políticas internas. Durante seu mandato, Raisi adotou uma postura firme em questões de segurança interna e buscou melhorar as relações com países vizinhos, mantendo uma postura crítica em relação ao Ocidente, especialmente aos Estados Unidos.
Raisi era uma figura divisiva: para seus apoiadores, ele era um defensor dos valores revolucionários e um combatente contra a corrupção; para seus críticos, sua trajetória estava marcada por violações de direitos humanos e inexperiência em governança econômica.
Impacto e Reações
A morte de Ebrahim Raisi representa uma perda significativa para o cenário político iraniano e internacional. Sua trajetória influente e controversa deixa um legado complexo, e a sua ausência será sentida tanto por seus apoiadores quanto por seus opositores.
O governo brasileiro, através do Ministério das Relações Exteriores, estendeu suas condolências ao povo iraniano, ressaltando o impacto profundo da perda. “O governo brasileiro estende aos familiares do Presidente Raisi, do Chanceler Abdollahian e das demais vítimas, e ao governo e povo iranianos os mais sinceros sentimentos de solidariedade e pesar pelas irreparáveis perdas”, afirmou a chancelaria brasileira.
A morte de Raisi abre um novo capítulo na política iraniana, com implicações que ainda serão desdobradas nos próximos meses.
Com pesar soube da confirmação da morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi e do seu chanceler, Hossein Amir Abdollahian e de todos os passageiros e tripulação, após a queda de seu helicóptero. Minhas condolências aos familiares de todas as vítima, ao governo e ao povo iraniano.
— Lula (@LulaOficial) May 20, 2024