A Polícia Federal está considerando solicitar a suspensão das redes sociais de indivíduos suspeitos de disseminar fake news relacionadas à tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. A ação é um desdobramento de uma investigação aberta a pedido da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), que tem como alvo parlamentares e influenciadores de direita.
Entre os suspeitos estão o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Cleitinho (Republicanos-MG) e o coach e pré-candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal. Até o momento, a Polícia Federal não tem previsão para ouvir os suspeitos, com os depoimentos possivelmente ocorrendo em uma segunda fase da investigação.
A avaliação da Polícia Federal sobre o parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi positiva. Gonet arquivou uma notícia-crime apresentada por Deltan Dallagnol e pelo presidente do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, contra os ministros Paulo Pimenta e Ricardo Lewandowski, que foram acusados de abuso de autoridade após Pimenta solicitar a abertura de investigação sobre fake news relacionadas às enchentes.
Gonet destacou que os elementos apresentados na notícia-crime “não se mostram suficientes à realização de apurações” pela PGR, mas defendeu a necessidade de a Polícia Federal investigar o caso. Ele mencionou que algumas das notícias falsas poderiam causar pânico na população e desmobilizar doações e resgates, além de potencialmente atingir a honra de autoridades públicas.
Investigadores da PF veem o parecer de Gonet como um reforço à legitimidade da investigação, que tem sido alvo de críticas por parte de bolsonaristas. Recentemente, deputados bolsonaristas se reuniram com Lewandowski na sede do Ministério da Justiça, em Brasília, para discutir a investigação.