O governo federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), está se preparando para adquirir um grande carregamento de arroz importado da safra 2023/2024, devido às significativas perdas de produção no Rio Grande do Sul causadas pelas recentes enchentes. A compra inicial está prevista para ocorrer nesta terça-feira (21/5) e incluirá 104.035 toneladas do cereal. O orçamento máximo para esta operação é de R$ 416,14 milhões, com o objetivo de garantir que o preço do arroz importado para o consumidor final não ultrapasse R$ 4 por quilo.
Edegar Pretto, presidente da Conab, destacou que o arroz será embalado especialmente pelo governo federal, com o preço fixo impresso na embalagem para assegurar transparência e controle sobre o preço de venda ao consumidor.
Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a Conab a importar até um milhão de toneladas de arroz, se necessário, para prevenir uma possível alta nos preços devido à destruição das colheitas no Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz. A importação será realizada por meio de leilões públicos ao longo do ano, conforme determinado pela Medida Provisória nº 1.217/2024.
Os primeiros carregamentos do arroz importado serão destinados a pequenos varejistas em regiões metropolitanas de sete estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Pará e Bahia. Estes grãos serão descarregados nos portos de Santos (SP), Salvador (BA), Recife (PE) e Itaqui (MA), e distribuídos em embalagens padronizadas de 2 kg com a marca do governo federal.
Guilherme Mello, secretário de Política Econômica, afirmou recentemente que não há risco de desabastecimento para a população, apesar das enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo Mello, o problema atual é a dificuldade de escoamento da produção já colhida, devido aos bloqueios de estradas e dificuldades logísticas causadas pelas chuvas. Ele também mencionou que a Secretaria de Política Econômica, em conjunto com a Conab, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está implementando um sistema de monitoramento constante dos preços dos produtos agrícolas no país.
O presidente Lula expressou sua insatisfação com os altos preços do arroz nos supermercados: “Eu ando meio puto da vida porque esses dias vi na prateleira do supermercado o pacote de 5 kg de arroz a R$ 33. Não, não é normal. O povo pobre não pode pagar R$ 33 num pacote de 5 kg de arroz.”