Em uma decisão controversa, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) concedeu autorização para que a polícia possa, se necessário, arrombar a casa de Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro, para a penhora de bens devido ao não pagamento de uma dívida de R$ 31 mil. O montante se refere a honorários de advogados de uma ação perdida por Ciro contra jornalistas da Abril Comunicações em 2018.
O juiz Diego Ferreira Mendes, da 4° Vara Cível, fundamentou sua decisão na “resistência imotivada” de Ciro em quitar a dívida, destacando a possibilidade de emprego de reforço policial e até o arrombamento de seu imóvel na praia de Iracema, em Fortaleza, caso se mostre necessário. Além do político, sua esposa, Giselle Bezerra, também foi citada como responsável pelo pagamento.
A origem do processo remonta a uma publicação da revista Veja, onde os jornalistas Nonato Viegas e Hugo Marques reportaram alegações de compra de apoio político por Ciro e seu irmão, Cid Gomes, durante as eleições de 2014 no Ceará. Ciro, que negou veementemente as acusações, considerando-as infundadas e ofensivas, buscou reparação por danos morais, mas o tribunal decidiu a favor da editora, entendendo que a matéria se limitava ao exercício jornalístico.
Em resposta à decisão judicial, o PDT, partido de Ciro, expressou total apoio ao político através de um comunicado oficial, criticando a medida como uma “clara violação dos direitos civis”. O partido condenou o uso de força policial para resolver questões civis, apontando para a necessidade de priorizar outros casos mais urgentes pelas autoridades. O comunicado enfatiza ainda que a ação contraria os valores democráticos fundamentais e que recursos serão buscados para contestar a decisão.
Até o momento, Ciro Gomes não se pronunciou sobre a decisão. O espaço para seus comentários permanece aberto, enquanto a situação continua a desenvolver-se, com potenciais repercussões tanto no âmbito legal quanto político.