As chuvas implacáveis no Rio Grande do Sul trouxeram cenas dramáticas para a cidade de Canoas, onde um cavalo foi encontrado ilhado no telhado de uma casa nesta quarta-feira. A imagem do animal, dividido pelas inclinações do telhado e cercado pela água em ascensão, capturou a gravidade da situação. Enquanto o número de vítimas fatais permanece em 95, segundo a Defesa Civil do estado, a crise humanitária e animal continua a se agravar.
Esta situação não é única para os humanos, já que muitos animais domésticos também estão perdidos ou em perigo devido às inundações. Diversas organizações de proteção animal intensificaram esforços para resgatar e cuidar dos animais afetados, enquanto voluntários utilizam as redes sociais para auxiliar na realocação desses pets, seja para reunir com seus donos ou encontrar novos lares temporários.
O cenário é sombrio em todo o estado, com o governador Eduardo Leite anunciando que as chuvas afetaram 414 municípios, um aumento significativo em comparação com a catástrofe de setembro de 2023. Até o momento, há 66.434 pessoas abrigadas, 158.992 desalojadas e 372 feridas que foram socorridas.
Em resposta à calamidade, o Senado aprovou na terça-feira um projeto de decreto legislativo, proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reconhece o estado de calamidade pública. Esta medida permitirá a realocação de recursos federais para assistência às regiões mais afetadas, sem as restrições das normas fiscais habituais. Este passo é crucial para a mobilização de ajuda e a reconstrução das áreas devastadas pela natureza impiedosa.