Capa – Cred Mauro Kury
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta o espetáculo NEVA, entre os dias 15 e 18 de fevereiro, às 20h, da Armazém Companhia de Teatro.
A peça, escrita pelo dramaturgo e diretor chileno Guillermo Calderón, e dirigida por Paulo de Moraes, se passa no dia 09 de janeiro de 1905, na cidade de São Petersburgo, então capital do Império Russo, quando manifestantes marchavam para entregar uma petição ao Czar pedindo melhores condições de trabalho nas fábricas, e foram atacados pela Guarda Imperial. O dia é conhecido como o Domingo Sangrento.
Calderón mostra uma Rússia conflagrada politicamente no início do século XX, com reflexões sobre o Chile na década de 1970 e do Brasil, trazendo uma discussão sobre a afirmação da absoluta necessidade da arte, incertezas artísticas e embates políticos.
Em NEVA, a ação se passa dentro de um teatro, em que um ator e duas atrizes, que iriam se encontrar para um ensaio, acabam tendo que se abrigar do massacre que acontece nas ruas.
“Calderón apresenta um tipo de teatro eminentemente político, mas que se propõe a mergulhar em uma linguagem poética cortante e com um humor extremamente ácido. A partir de acontecimentos surpreendentes, no meio de muitas tosses e promessas de vagas de amor, o dramaturgo levanta questões muito provocativas”, comenta o diretor Paulo de Moraes, cuja versão cênica foi indicada ao Prêmio Shell do Rio de Janeiro, nas categorias Direção e Iluminação.
Os ingressos para NEVA estão disponíveis com valores a partir de R$10 (meia-entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria da CAIXA Cultural Curitiba, localizada na R. Conselheiro Laurindo, 280, Centro, das 10h às 20h, de terça-feira a sábado; e das 10h às 19h, aos domingos e feriados.
Armazém Companhia de Teatro:
No fim de 2022, a Armazém Companhia de Teatro completou 35 anos de atividades apresentando o espetáculo NEVA, com estreia nacional no Rio de Janeiro. Com mais de 40 prêmios nacionais no currículo, a companhia também foi premiada duas vezes no Festival Fringe de Edimburgo, na Escócia, com o prestigiado Fringe First Award (2013 e 2014) e no Festival Off de Avignon, na França, com o Coup de Couer de la Presse d’Avignon (2014).
A Armazém Companhia de Teatro foi formada em 1987, em Londrina, em meio à efervescência cultural vivida pela cidade paranaense na década de 80, de onde saíram importantes nomes no teatro, na música e na poesia.
Liderada pelo diretor Paulo de Moraes, e com sede no Rio de Janeiro desde 1998, a companhia está sempre baseando seus espetáculos em pesquisas temáticas, com a criação de uma dramaturgia própria com ênfase nas relações do tempo narrativo, e formais, que se refletem na utilização do espaço, na construção da cenografia ou nas técnicas utilizadas pelos atores.
Apesar da construção de espetáculos tão díspares e complementares, como A Ratoeira é o Gato (1993), Alice Através do Espelho (1999), Toda Nudez Será Castigada (2005), O Dia em que Sam Morreu (2014), Hamlet (2017) e Angels in America (2019), a Armazém Companhia de Teatro segue sua trajetória sempre investindo numa linguagem fragmentada, que ordene o movimento do mundo a partir de uma lógica interna. Essa lógica interna é a voz da Armazém, talvez a grande protagonista do mundo representacional da companhia.