Na mais recente reviravolta do cenário político do Paraná, o desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, recém-empossado presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), anunciou nesta quinta-feira a suspensão do aguardado julgamento do senador Sergio Moro (União Brasil). Este julgamento, que tem o potencial de cassar o mandato do senador, estava previamente marcado para ocorrer no dia 8 de fevereiro, mas foi adiado por motivos de organização interna do tribunal.
A decisão de Bengtsson veio à tona logo após sua posse e foi tomada em colaboração com o vice-presidente do TRE-PR, o desembargador Luiz Osório Moraes Panza. A suspensão se deve à ausência de um membro da corte, especificamente na vaga destinada aos advogados, o que impede a realização do julgamento de acordo com o regimento interno do tribunal. Esta vaga está aberta desde o último dia 27 de janeiro, após a saída dos advogados José Rodrigo Sade e Roberto Aurichio Júnior, e aguarda a indicação de um novo membro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de uma lista tríplice enviada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A ação contra Moro, que tem suscitado grande interesse público e midiático, engloba duas denúncias principais. O Partido Liberal (PL) e a Federação Brasil da Esperança, esta última uma coalizão formada por PT, PCdoB e PV, acusam o senador de abuso de poder econômico e político, além de uso indevido dos meios de comunicação durante sua campanha eleitoral. O Ministério Público já se posicionou favoravelmente à cassação de Moro, reforçando a gravidade das acusações, que incluem alegações de caixa dois na contratação de um escritório de advocacia pertencente a Luis Felipe Cunha, primeiro suplente de Moro, com um pagamento suspeito no valor de R$ 1 milhão pelo partido União Brasil.
Com a suspensão do julgamento, o futuro político de Moro permanece incerto, e o caso continua a gerar debates intensos sobre ética e legalidade nas campanhas eleitorais. Enquanto o TRE-PR se reorganiza para a nomeação do novo membro, o cenário político do Paraná e do Brasil aguarda ansiosamente os próximos desenvolvimentos deste caso emblemático.