Em um cenário político cada vez mais complexo em Curitiba, o corregedor da Câmara Municipal, Ezequias Barros (PMB), se viu no centro das atenções ao tomar uma decisão importante relacionada à vereadora Maria Letícia (PV). Barros, que no ano passado enfrentou questionamentos após seu chefe de gabinete ter sido flagrado utilizando o carro da Câmara para ir à academia, optou por não recomendar a cassação de Maria Letícia, a despeito das infrações cometidas por ela no final do ano passado. Em vez disso, sugeriu como penalidade uma censura pública ou a suspensão de algumas prerrogativas parlamentares da vereadora.
Esse contexto adiciona uma camada de complexidade à decisão de Barros, tendo em vista seu próprio envolvimento em controvérsias no passado. A situação de Maria Letícia, por outro lado, permanece incerta. Se a Mesa Diretora decidir levar o caso adiante, será formada uma junta de instrução no Conselho de Ética, com o objetivo de analisar as circunstâncias em detalhe e oferecer à vereadora a chance de se defender. Este processo teria um prazo total de 90 dias úteis para chegar a uma conclusão.
O acidente que desencadeou essa situação ocorreu em 25 de novembro, quando Maria Letícia se envolveu em um acidente de carro na Alameda Augusto Stellfeld, próximo ao bairro Bigorrilho. Sem vítimas, o episódio tomou um rumo mais sério quando a vereadora foi presa por dirigir sob influência de álcool e desacato à autoridade, sendo liberada no dia seguinte após intervenção de sua defesa.
A análise das ações da vereadora por parte da Câmara Municipal levantou questões sobre possíveis infrações ético-disciplinares, incumbindo ao corregedor a tarefa de investigar e decidir os rumos do caso. Nas semanas seguintes, houve uma avaliação cuidadosa das possíveis sanções a serem aplicadas.
Agora, a decisão cabe à Mesa Diretora da Câmara, que tem um prazo de cinco dias para determinar se o caso prosseguirá ao Conselho de Ética ou será arquivado. No caso de uma censura pública, a vereadora será repreendida em público, sem consequências diretas para o seu mandato. Por outro lado, a suspensão de
prerrogativas implicaria restrições temporárias a Maria Letícia, proibindo-a de se manifestar, votar, utilizar o plenário para discursos, ou participar de atividades legislativas.
Este episódio é emblemático dos desafios enfrentados pelas instituições políticas na manutenção de sua integridade e na aplicação de medidas disciplinares. O caso de Maria Letícia destaca a complexidade em equilibrar a justiça e a responsabilidade política, colocando em prova os mecanismos de governança da Câmara Municipal de Curitiba. Enquanto a decisão final não é tomada, a comunidade política e os cidadãos aguardam, demonstrando o interesse contínuo na conduta e na ética de seus representantes eleitos.