“Ao escolhermos nossa roupa, nós sempre o fazemos em interação com algo ou alguém” – Paolo Sorcinelli. Começo a coluna por aqui com essa citação porque há algum tempo, com os meios que posso, tento combater a ideia de que moda é fútil. A preocupação exacerbada com a aparência, a vaidade e o consumismo são fúteis, sim. Mas se interessar com a imagem que você passa e entender que ela reflete quem você é, pra mim, soa mais como inteligência, como sabedoria. Até com qualidade de vida.
Mas e como usar suas roupas – algo que você usa quase que 24h/dia – ao seu favor? Há inúmeras formas. O mais importante, pra começar, é saber quem você é, o que quer comunicar, qual é o seu propósito, como quer que as pessoas te vejam. Só essas simples perguntas já dão bastante pano pra manga e muita conversa, né?
A partir disso, intrinsecamente, você já começa a pensar no que gosta, que cores te atraem, percebe mais o caimento das roupas, o que valoriza ou não seu corpo, reflete sobre seu guarda-roupa e talvez até comece a separar um tempo maior pra si antes de sair de casa. Isso é um resumão do meu trabalho, mas é ainda mais do que isso. É ter consciência de si, é amor próprio, segurança, auto-estima, é se posicionar na sociedade, saber que tem um lugar e tomar posse dele.
Ainda tem gente que diz que moda é fútil. Uma indústria tão gigantesca, com tanto conceitos envolvidos, com ferramentas que você certamente usa diariamente e que simplesmente todo mundo vê não pode ter um valor tão supérfluo. É muita coisa envolvida. É muita GENTE envolvida. E é assim que eu começo por aqui, tentando instigar um pouco a reflexão sobre o assunto, sobre si mesmo, sobre o seu guarda-roupa, pra aí falar sobre roupas.