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Crítica | Nasce Uma Estrela

XV CURITIBA
5 Min Read

Estrelado e dirigido por um ator quatro vezes indicado ao Oscar, Bradley Cooper e pela estrela da música pop, Lady Gaga, o filme Nasce Uma Estrela chegou aos cinemas na última semana cercado de boas expectativas. Os críticos estrangeiros chamaram até de "obra-prima". Para quem não sabe (ou não se lembra), não é a primeira vez que a história de Nasce Uma Estrela é contada. Em 1937 tivemos a primeira versão e em 1957 e 1976, as refilmagens. O último foi protagonizado por Bárbra Streisand e se tornou o favorito dos fãs. E sabe o mais interessante e comum entre as 4 histórias? É que em todas elas parece atual, algo que poderia acontecer tanto nos anos 50, como nos tempos atuais. Estrelas emergindo da noite pro dia, tendo que lidar com a fama e muitos não sabendo lidar com ela. 

O protagonismo da história é dividido entre dois personagens. O primeiro, Jackson (Cooper), é um astro da música, famoso, cheio de fãs e que tem a vida dos sonhos para muitos, mas que convive com um grande problema: o vício em bebidas e drogas. Até que certo dia, por acaso, ele acaba conhecendo Ally (Gaga), uma cantora de bar, cujo talento é enorme, mas que já não acredita mais em si mesma por achar que sua aparência a atrapalha. Ambos se apaixonam e Jackson está disposto a ajudá-la a alcançar a fama, porém, conforme o relacionamento dos dois progride e o sucesso de Ally avança, as coisas começam a desandar. 

Bradley Cooper estreia na direção do filme e não desaponta. Ele foca muito na relação e desenvolvimento dos personagens, o que nos deixa muito mais próximos deles e nos dá uma carga emocional muito maior. O filme é um drama musical e como tal, nos faz sentir as emoções propostas por ele: agonia, ansiedade, alívio, tristeza, diversão e mais um turbilhão de sentimentos que pode variar de pessoa para pessoa. Ele também capricha na fotografia, transformando cenas que aparentemente são comuns, em momentos memoráveis do longa. E não podemos esquecer, é claro, da sua atuação, que está fantástica e cheia de brilho. Ele conseguiu colocar uma carga dramática incrível em seu personagem, onde conseguimos, de certa forma, entender seus anseios e suas lutas diárias. 

Lady Gaga, faltam palavras para descrever sua atuação. Sempre foi considerada uma grande cantora, vencendo incontáveis prêmios e até o Oscar de melhor canção original em 2016 com "Til it happens to you". Agora, mostra um enorme talento para atuação, em seu primeiro grande papel no cinema. Ela consegue se desvincular da cantora para dar ar a uma pessoa simples, muito mais "humana" do que o normal, como se fosse a Lady Gaga real, aquela pessoa do dia-a-dia, que acabou de acordar e que ainda está sem qualquer maquiagem, com cabelo solto e bagunçado. E foi interessante colocar uma cantora do mundo real para viver Ally, porque assim ficou parecendo que Gaga trouxe sua vida para as telas e para a construção de sua personagem. Sua atuação foi tão memorável que muitos já dizem que ela estará nas indicadas ao Oscar da próxima edição. Merece e muito. As músicas do filme são esplêndidas, todas gravadas ao vivo, o que deixou o filme com um ar muito mais real e as atuações muito mais verdadeiras. 

Bom, se você é emotivo, recomendo levar um lenço junto consigo. Nasce Uma Estrela começa com uma história bonita, depois nos transporta para drama reais e termina de uma maneira em que você pode sair com a garganta embargada. Mas o fato é que o filme é maravilhoso e vale a pena ser assistido, não apenas uma vez. 

"Talento todos têm. A diferença está em quem tem algo a dizer."

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Posted by XV CURITIBA
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