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Coluna do Beto Simplicio: “Vou de táxi”? Ou de Uber? E por que não de mototáxi?

XV CURITIBA
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No final da década de 80, a senhora Angélica Huck, na época com 15 anos, simplesmente estourou em todas as paradas de sucesso com a música “Vou de táxi”, uma versão da música “Joe le Taxi” cantada em francês pela cantora Vanessa Paradis. A música virou uma espécie de hino para os taxistas e vendeu mais de um milhão de cópias. Foram tempos de glória para uma categoria que atualmente enfrenta um forte adversário, que surgiu do avanço da tecnologia: o Uber.

Criado em 2009, o aplicativo norte-americano de transporte individual já funciona em mais de 360 cidades em 58 países. Porém, o serviço de transporte alternativo desencadeou um movimento contrário e, em alguns casos, violentos, por parte dos taxistas em várias cidades do mundo. No Brasil, houve manifestações em várias capitais para que o aplicativo fosse proibido. O argumento dos que são contra o “app” é que se trata de prática ilegal do serviço de táxi. Já os defensores do Uber alegam que é uma forma diferente de transporte, que ajuda a diminuir o trânsito e gerar renda para as pessoas.

A empresa avalia a possibilidade de atuar em Curitiba ainda neste ano. Vai depender do número de motoristas interessados em enfrentar a fúria dos taxistas. Fúria que não impediu que 10 mil motoristas fossem cadastrados pelo aplicativo no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Campinas e Goiânia. Na Câmara de Vereadores de Curitiba, tramita projeto de lei que visa proibir o Uber, sugerindo uma multa de R$ 1.700,00 para os motoristas flagrados realizando o serviço. Mas diante da insatisfação e das críticas feitas pelos usuários, o projeto chegou a ser arquivado e hoje caminha lentamente.

O debate taxi x Uber traz a tona uma antiga discussão: o serviço de mototaxista, presente nas principais capitais brasileiras, mas vedado em Curitiba pela Lei Municipal 11.738/2006, que foi criada depois de um forte “lobby” dos próprios taxistas, desta feita aliados com as empresas de transporte coletivo. Em cidades como Londrina, Maringá, Cascavel, etc, o serviço foi regulamentado há anos. No Rio de Janeiro, o serviço de mototaxista teve início nas favelas, em locais de difíceis acessos para os carros, mas hoje toma conta da cidade. São mais de 4,5 mil mototaxistas.

Em São Paulo, existe até o Dia do Mototaxista (24 de setembro). Milhares de pessoas se utilizam desse serviço tanto na capital quanto no interior do Estado, onde teria surgido o primeiro mototaxista. Foi em Bauru em 1994, através de um motoqueiro desempregado. Vale ressaltar ainda que a atividade foi regulamentada em 2009, com a aprovação pelo Congresso Nacional do Projeto de Lei 12.009.

Os setores de táxis e transporte coletivo sempre foram ótimos exemplos de mercados totalmente protegidos pelo Estado e blindados da concorrência. Embora ainda haja pessoas que associam o liberalismo à defesa dos interesses empresariais, a realidade mostra que o liberalismo é o principal inimigo de quase todos os empresários. O liberalismo defende a total liberdade de mercado, isto é, a ausência de proteções estatais e a ausência de barreiras à entrada de novos concorrentes no mercado. Em suma, o liberalismo defende a livre concorrência absoluta e cabe ao usuário escolher ir ônibus, metro, táxi, Uber, bicicleta ou mototáxi. Você já fez sua escolha?

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Posted by XV CURITIBA
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