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Coluna do Beto Simplicio: Dar ou não dar esmola?

XV CURITIBA
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É impressionante como tem crescido nos últimos anos o número de pessoas paradas nos semáforos, nas portas dos supermercados ou mesmo indo de casa em casa, pedindo esmola. Conheço pessoas que depositam moedas nos consoles de seus carros para atender aos pedintes.

Outros, mais cautelosos, mantêm estoque de bolachas, lanches, balas, etc, para que o pedinte não saia de mãos vazias. E de nada ou muito pouco adiantaram as campanhas publicitárias contra a esmola, pelo fato de que em  várias religiões ela é considerada um ato caridoso, uma concessão, graça ou favor aos necessitados.

 

O ato de “dar ou não dar esmola” tem dividido opiniões.  O psiquiatra e educador Içami Tiba, por exemplo, considera errado, porque segundo ele a “esmola vicia e leva a pessoa a viver na condição de se acomodar com o pouco que recebe”. Já Waldir Mafra, da Care do Brasil, Ong que combate a pobreza, entende que a esmola pode “aliviar situações de extrema necessidade, mas não contribui para transformar a condição de miserabilidade dos pedintes”. E existem pessoas que pensam como o teólogo e escritor Frei Betto, que dá esmola, mas nunca em dinheiro. Prefere pagar uma refeição ou um lanche, pois entende que a solidariedade é um dever ético.

 

Não se tem registro de quando foi dada esmola pela primeira vez. Mas sabe-se que seu objetivo inicial era atender a necessidade ou saciar a fome dos pobres. Porém, ultimamente, o que se vê é a muitos pedintes buscam dinheiro para bebida ou drogas. Dias atrás, num dos semáforos da Linha Verde, fui surpreendido por um pedinte “sincero” que pediu uns trocados para “beber pinga”. A sinceridade é algo incomum. Muitos vão às ruas pedir esmola com roupas sujas e esfarrapadas para impressionar os mais incautos. Aliás, na arte de pedir vale tudo. Muletas, cadeiras de rodas, tipoia, gazes de preferência com “sangue”, etc.

 

Existem pedintes que além de “criativos” são atualizados ou seja acompanham o noticiário do dia a dia. Fui abordado por uma senhora de muletas que teria vindo do interior do Estado para uma consulta do Hospital de Clínicas, mas que em função da greve dos servidores teria que voltar numa outra data. Sensibilizado dei a ela a única nota que tinha no bolso. Mais tarde descobri que a “pobre senhora” morava numa boa casa na Capital e tinha uma TV de LED melhor que a minha.

 

A falta de “criatividade” é comum entre a maioria dos pedintes. Quem nunca foi abordado por alguém pedindo dinheiro para o ônibus? Ou para completar o dinheiro do gás ou do remédio? Para estes, existe um site que ensina como e onde pedir: http://pt.wikihow.com/Pedir-Esmola, que vai desde a escolha do local, segurança, bons modos e educação. Algumas dicas são interessantes, como a que orienta o pedinte a nunca levar consigo um cachorro mal nutrido, sarnento, porque pode ser acusado de maus tratos aos animais.

 

                Depois de dar muitas esmolas no portão de minha casa ou nos semáforos, cheguei a conclusão de que em nada estava ajudando a melhorar a vida das pessoas. Como moro numa rua em que é frequente a passagem de “carrinheiros” – coletores de materiais recicláveis – decidi investir o dinheiro da esmola na compra de cestas básicas para duas famílias. E você dá ou não dá esmola? Registre sua opinião, mas não deixe de narrar fatos de sua relação com os pedintes…

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Posted by XV CURITIBA
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