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Clássicos da Arquitetura: Residência do Arquiteto / Jaime Lerner

XV CURITIBA
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© Juliana Harumi Suzuki
© Juliana Harumi Suzuki
Sete vigas semi-invertidas idênticas e paralelas determinam a cobertura do edifício. Seção: oito por quarenta centímetros. Distanciamento: oitenta centímetros de eixo a eixo. Desenho: três segmentos retilíneos contínuos. O primeiro, horizontal, apresenta sete metros e cinco centímetros de extensão. O segundo, em aclive, apresenta três metros e sessenta centímetros a um ângulo de sessenta e três graus. E o terceiro, o principal, dezenove metros e quarenta centímetros em declive a um ângulo de dezesseis graus e meio: ângulo próximo ao declive natural do terreno.
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© Ricardo Perini
O muro da divisa lateral do terreno funciona como a oitava viga, porém com um distanciamento diferente: oitenta e três centímetros e meio. O edifício surge, portanto, rente a ele. O declive do terreno faz com que a vista do edifício desde a rua seja apenas sua coberta inclinada. Os espaços entre vigas servem de nicho para crescer o jardim. Vê-se apenas jardins, arbustos e árvores.
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© Ricardo Perini
O edifício desenvolve-se em três níveis, que determinam suas divisões funcionais. O nível intermediário, e pavimento principal do edifício, abriga todos os ambientes sociais e de serviços. O nível superior, dois metros e quarenta centímetros acima, é determinado pelo segmento horizontal das vigas de cobertura, e abriga o escritório. O segundo segmento das vigas, o mais inclinado, determinam seu pé direito. O nível inferior, em sequência com o nível principal, com um metro e sessenta centímetros de desnível, abriga os dois dormitórios e o banheiro.
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Cortes longitudinais
A localização do escritório possibilita um pé direito de quatro metros e dez no ponto mais alto do salão de estar. Por sua vez, a viga inclinada maior que o abriga reduz o pé direito a uma altura de um metro e noventa centímetros no ponto mais baixo, na extremidade sudoeste do edifício, onde estão os dormitórios.
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© Ricardo Perini
As lajes, de dez centímetros de espessura, são materializadas de tal modo que cinco centímetros da altura das vigas fiquem à vista no interior do edifício. As paredes que dividem e determinam os três níveis do edifício são inclinadas e formam um ângulo de oitenta graus com a laje de cobertura maior. Marcam as divisões principais da fachada.
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© Ricardo Perini
O edifício apresenta uma única fachada, que representa sua elevação lateral, que dá ao jardim interior. Nela, os ambientes de serviço são marcados por uma parede rebocada e pintada externamente de branco, com estreitas janelas altas. Em contraste com essa opacidade, os ambientes sociais e íntimos são marcados por um desenho similar de esquadrias formadas por montantes verticais de madeira com espaçamentos variados, vergas também de madeira distribuídas em alturas variadas, e fechamentos de lâminas opacas de madeira, em conjunto com as portas, e sobretudo painéis de vidro.
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© Ricardo Perini
 O edifício é assim determinado por sua coberta e caracterizado por sua fachada única.
Arquitetos: Jaime Lerner
Localização: Rua Bom Jesus, 76 – Juveve, Curitiba – Parana, 80035-010, Brazil
Ano Do Projeto: 1966
Fotografias: Juliana Harumi SuzukiRicardo PeriniFelipe Guerra. Cortesia de Jaime Lerner Arquitetos AssociadosCortesia de Jaime Lerner Arquitetos Associados

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