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Coluna do Beto Simplicio: Ensino à distância: o fast food da educação

XV CURITIBA
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O sonho de ter uma graduação está cada dia mais ao alcance das pessoas, através dos cursos de educação à distância (EAD), que de acordo com o Censo da Educação Brasileira realizado pelo Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, e pelo MEC, cresceu 1.867% entre 2003 e 2006. Atualmente são 109 instituições que oferecem cursos de graduação na modalidade de EAD, o chamado “fast food da educação”, que atrai os alunos pelos preços acessíveis, cursos em tempo reduzido e diplomas reconhecidos pelo MEC.

Os 1,3 mil cursos equivalem a uma participação superior a 15% nas matrículas de graduação, tendo em vista que o Brasil conta com 7,5 milhões de estudantes matriculados nos cursos de graduação e pós-graduação. O pesadelo daqueles que optaram por esta forma de ensino começou em novembro do ano passado quando uma “operação pente fino” do MEC desativou centenas de centros de ensino superior a distância, proibindo novos vestibulares e consequentemente a abertura de novas vagas.

Esses centros pertencem ou são conveniados a apenas quatro Instituições de Ensino Superior: Universidade do Norte do Paraná (Unopar), Universidade Estadual de Tocantins (Unitins), Faculdade Educacional da Lapa (Fael, no Paraná) e Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi, em Santa Catarina). Essas instituições foram as primeiras investigadas por terem um grande número de alunos e serem alvo de denúncias de irregularidades, além de apresentarem falhas de conteúdo e na avaliação.

Os estudantes já matriculados poderão concluir os cursos, mas depois disso as unidades deverão ser desativadas, por não possuírem biblioteca, laboratório, sala de estudos nem acesso à internet na média “máxima” de três alunos por computador. O fato é que os cursos à distância enfrentam uma forte pressão da campanha “Educação não é mercadoria”, movimento que se opõe ao mercantilismo da Educação e ao modelo de EAD que vêm se consolidando no país desde o início da década.

 

VANTAGENS E DESVANTAGENS

A educação a distância em instituições de ensino superior é uma prática nova no Brasil, que começou a se firmar em 1997 quando foram ofertados os primeiros cursos de pós-graduação. Desde então o ensino a distância (EAD) é a modalidade de ensino que mais cresce. Algumas faculdades oferecem cursos tão bons quanto aos cursos presenciais, com a vantagem de flexibilidade de horário, os materiais estão disponíveis para consulta a qualquer hora e os valores das mensalidades são bem menores. Existem até mesmo cursos que são gratuitos.

Outra vantagem é que o curso à distância tem o mesmo valor para o mercado de trabalho, porque as pessoas que fazem este tipo de curso tendem a ser mais persistentes, interessadas (curiosas), responsáveis com prazos e facilidade de autoaprendizado.  A EAD permite atender a um público muito maior e mais variado que os cursos tradicionais. Público esse, aliás, que não teria como voltar ou continuar a estudar sem os cursos à distância.

A educação a distância atende a pessoas ocupadas, sem disponibilidade de horários e otimiza o tempo livre. Alguém com alguma deficiência física grave ou alguma paralisia, que não pode sair de casa, ganha a oportunidade de estudara. Portanto, a EAD pode ser considerada uma ferramenta de inclusão social.

Mas nem tudo é um “mar de rosas” para quem opta por esta modalidade de ensino. A grande dificuldade das faculdades é manter o mesmo nível de qualidade presente no ensino tradicional. A falta de uma biblioteca, com milhares de exemplares para consultar, é outro obstáculo a ser vencido pelo aluno. Ele terá que reservar parte de seu escasso tempo para visitar bibliotecas e desta forma aprimorar seu conhecimento.

A falta de troca de experiências entre professor e aluno e de convivência humana são citadas como desvantagens da educação a distância, bem como a falta de capacitação de professores para usar a tecnologia e adequá-la seja com a TV seja com a Internet. Para as faculdades, uma desvantagem é o alto custo da produção de material teórico. A adaptação do conteúdo didático para novas mídias é muito caro, porque requer linguagem específica e recursos visuais. Tudo isso é feito por pessoas especializadas que trabalham em parceria com os professores.

Além do mais é imprescindível o uso do computador, que ainda é um meio inacessível a parte da população. Um estudo recente revelou que 4,4 bilhões de pessoas não tem computador por falta de condições de comprar um e que 60% da população mundial não tem conexão.  

O importante é que, depois de analisar os prós e contras, você faça uma pesquisa detalhada e aprofundada do curso e da instituição de ensino desejada para não correr o risco de ver seu “sonho virar pesadelo”. Feito isso, é só “correr pra galera”.

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Posted by XV CURITIBA
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